Gigantes da web sobem o tom contra espionagem americana
Seis gigantes da tecnologia – Google, Yahoo!, Apple, Microsoft, AOL e Facebook – subiram o tom nessa quinta-feira contra o governo americano pedindo uma reforma dos programas de vigilância.
Publicado em:
Raquel Krähenbühl, correspondente da RFI em Washington
Em represália à denúncia de que a Agência de Segurança Nacional dos EUA espionou servidores da Google e da Yahoo!, as empresas enviaram uma carta a membros do Comitê de Justiça do Senado pedindo melhorias para proteger a privacidade e mecanismos de fiscalização e prestação de contas.
“Pedimos que o governo trabalhe com o congresso nessas reformas essenciais que promoveriam transparência e ajudariam a reconstruir a confiança dos usuários de internet ao redor do mundo”, diz a carta.
O texto também aclama projetos de lei apresentados no começo da semana pelo senador democrata Patrick Leahy e pelo deputado republicano James Sensenbrenner Jr. que, entre outras coisas, acabaria com a coleta massiva de dados de comunicação de milhões de americanos.
No entanto, a proposta tomou um banho de água fria nessa quinta-feira depois que um projeto rival foi aprovado pelo Comitê de Inteligência do Senado por 11 votos contra 4. O texto, que ainda precisa da aprovação do plenário do Senado, permite que a Agência de Segurança Nacional continue a controversa prática de coleta de dados, apenas aumentando a transparência.
A patrocinadora da medida, a senadora democrata Dianne Feinstein, defendeu que o programa de monitoramento é legal e sujeito à extensa supervisão do judiciário e do legislativo e que contribui com a segurança nacional, mas reconheceu que mais deve ser feito para aumentar a transparência e reestabelecer o apoio público – abalado ainda mais depois das denúncias de espionagem contra cidadãos e líderes europeus.
Uma delegação de altos funcionários alemães está na capital americana para pedir explicações sobre o monitoramento de ligações pessoais da primeira-ministra Angela Merkel desde 2002.
Detalhes da espionagem americana ao redor do mundo têm sido revelados desde Junho pelo ex-consultor da NSA, Edward Snowden, que está asilado na Rússia.
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