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Cuba

Bispos católicos cubanos pedem reformas em carta histórica

A Conferência Episcopal de Cuba pediu neste domingo ao governo de Raúl Castro para realizar reformas políticas e continuar com as mudanças econômicas que abriram espaço para a iniciativa privada na ilha. Os bispos também pediram ao presidente cubano que tente melhorar as relações com os Estados Unidos. Este apelo por reformas é o mais contundente endereçado pelos bispos católicos nas últimas décadas.

Cidade portuária de Cienfuegos, em Cuba, onde a pobreza é flagrante.
Cidade portuária de Cienfuegos, em Cuba, onde a pobreza é flagrante. Flickr/ Creative Commons
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"Como tem sido o caso na área econômica, é imprescindível em nossa realidade cubana que haja uma atualização entre a legislação nacional e a ordem política", disseram os bispos, em uma carta pastoral intitulada "A esperança não decepciona", publicada no site da instituição (www.iglesiacubana.org).

"Neste contexto de política internacional é necessário considerar as relações de Cuba com os Estados Unidos, que por muitas décadas, de maneira variada mas constante, afetaram profundamente a vida de nosso povo", diz a carta.

A Conferência Episcopal, presidida pelo cardeal arcebispo de Havana Jaime Ortega, pediu um "diálogo" em favor da "reconciliação nacional" e medidas destinadas a promover a "realização pessoal". Os bispos querem que os cubanos se sintam bem em casa e parem de emigrar para outros países que oferecem melhores condições de vida. Apesar das reformas adotadas nos últimos anos, desde que Fidel Castro adoeceu e deixou o poder, os cubanos continuam deixando o país em massa. No ano passado, 46 mil pessoas deixaram a ilha em busca de um futuro melhor. 

Esta é a carta pastoral mais direta dos bispos católicos cubanos ao governo em duas décadas, desde que publicaram em 1993 a carta intitulada "O amor vence tudo", no momento mais difícil da crise econômica em Cuba,
oficialmente chamado "período especial".

De acordo com o presidente Raúl Castro, que substituiu Fidel em 2006, a Igreja Católica tornou-se a única parceira do governo, no único país comunista do Ocidente.

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