Oposição a Kirchner se fortalece em prévia de eleições legislativas
Apesar de apontarem um crescimento da oposição, as primárias às eleições legislativas argentinas, que aconteceram neste domingo, indicam que a presidenta Cristina Kirchner deve garantir a maioria do Parlamento no pleito de outubro. Opositores devem vencer nas cinco províncias mais populosas do país - Buenos Aires, Córdoba, Mendoza, Santa Fé e o Distrito Federal. A maior parte das outras 19 províncias deve ficar com a sigla da situação.
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As eleições marcadas para daqui a um mês e meio renovarão 127 das 257 cadeiras de deputados e 27 das 72 de senador. Dissidente do governo Kirchner, Sergio Massa aparece como uma peça-chave no cenário político argentino.
Prefeito de Tigre, o peronista de 41 anos teve sua lista como mais votada na região de Buenos Aires, circunscrição estratégica, que concentra 35 dos 257 deputados. "Demos o primeiro passo em direção a uma grande frente política", declarou o ex-chefe de gabinete, visto por seus partidários como candidato à eleição presidencial de 2015 contra o kirchnerismo.
A votação de domingo, que serve como um ensaio geral para o pleito de 27 de outubro, confirma o predomínio da Frente pela Vitória (FPV, de Cristina Kirchner) na Câmara dos Deputados, mas mostra um enfraquecimento de sua maioria no Senado. "Estamos mantendo ou aumentado a representação do FPV", minimizou a presidenta no fim do dia.
Nos bastidores, ela tenta emendar a Constituição para concorrer a um terceiro mandato. Mas, isso só seria possível com o apoio de dois terços do Senado, uma perspectiva que se distancia com a prévia.
Ela está sob pressão de seus adversários, que denunciam práticas autoritárias, passividade diante da corrupção e da insegurança, uma política econômica protecionista e criticam a nacionalização, em 2012, da companhia petrolífera pública YPF, que causou imenso prejuízo à espanhola Repsol. A sigla de esquerda UNEN, que une o Partido Socialista de Hermes Biner (segundo colocado na corrida presidencial de 2011) e os social-democratas da UCR, superou o conservador PRO, presidido pelo rabino Sergio Bergman.
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