Obama cancela reunião com Putin depois de asilo concedido a Snowden

A Casa Branca anunciou nesta quarta-feira (7) o cancelamento do encontro bilateral entre o presidente Barack Obama e o chefe de estado russo Vladimir Putin, previsto para setembro, à margem da Cúpula do G-20. O anúncio não é surpreendente, já que os EUA já haviam sinalizado essa possibilidade depois que a Rússia concedeu asilo político para Edward Snowden.

O presidente americano Barack Obama cancelou nesta quarta-feira, dia 7 de agosto, o encontro previsto para setembro com seu homólogo russo, Vladimir Putin, devido ao asilo concedido à Edward Snowden. REUTERS/Larry Downing

De acordo com um comunicado divulgado pela Casa Branca, o presidente americano decidiu cancelar a reunião em razão "da falta de progresso nas relações russo-americanas." De acordo com o texto, que cita o caso Snowden, uma "análise aprofundada" mostrou que um encontro seria "inviável."

Segundo o porta-voz Jay Carney, os Estados Unidos consideram extremamente importante a retomada do diálogo com a Rússia, que ocorreu no primeiro mandato de Putin, e resultou no novo START (Tratado de redução de armas estratégicas) e na cooperação com questões ligadas ao Afeganistão, Irã e Coreia do Norte. Mas outros temas ainda continuam pendentes, especifica o comunicado da Casa Branca. Entre eles, o sistema de defesa antimíssil, o comércio, as questões de segurança e os direitos humanos.

O texto também cita a decisão “decepcionante” da Rússia de conceder asilo político a Snowden, apesar dos inúmeros pedidos dos Estados Unidos. Acusado de espionagem por ter revelado um programa secreto de rastreamento eletrônico envolvendo diversos países, inclusive o Brasil, o técnico em Informática pode ser condenado à prisão perpétua.

Ontem, durante uma participação no programa presidente americano "The Tonight Show With Jay Leno" disse ter ficado "decepcionado" com a decisão dos russos. "Mesmo sem um tratado de extradição, tradicionalmente tentamos considerar este tipo de pedido de um governo quando se trata de um fora da lei."

A Rússia reagiu imediatamente ao anúncio. Segundo o conselheiro diplomático do Kremlin, Iouri Ouchakov, os Estados unidos não querem cooperar com a Rússia "em pé de igualdade", mas o convite feito a Obama continua válido. "Estamos decepcionados com a decisão do governo americano."