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Saúde em dia

Trabalhadores dos EUA sofrem efeitos de exposição a solvente tóxico

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Centenas de trabalhadores que atuaram na limpeza do vazamento de óleo no Golfo do México, em abril de 2010, sofrem agora os efeitos da exposição a um solvente tóxico usado para conter os estragos ambientais. A gama de sintomas é vasta: enxaqueca, erupções na pele, problemas respiratórios e digestivos, convulsões, perda de memória e até paralisia temporária. Há, inclusive, complicações sexuais. Homens sofreram impotência e mulheres tiveram seu ciclo menstrual desregulado. Tudo isso seria consequência à exposição, há dois anos, ao solvente Corexit, usado para limpar o vazamento causado pela companhia britânica British Petroleum.

Explosão de plataforma da BP, em 20 de abril de 2010, a 80km da costa de Nova Orleans, no sul dos Estados Unidos, causou o pior desastre ambiental da história do país.
Explosão de plataforma da BP, em 20 de abril de 2010, a 80km da costa de Nova Orleans, no sul dos Estados Unidos, causou o pior desastre ambiental da história do país. REUTERS/U.S. Coast Guard/Files/Handout
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Em 20 de abril de 2010, uma explosão em uma plataforma da BP matou 11 funcionários e derramou no Golfo do México cerca de 4 milhões de barris de petróleo, no que foi o pior desastre ambiental da história norte-americana. O vazamento só foi estancado em julho daquele ano. Para ajudar a limpar os estragos causados no meio-ambiente, milhares de pessoas participaram do trabalho junto com a companhia britânica. Foi então que eles teriam sido expostos ao Corexit, segundo a ONG Government Accountability Project (GAP), que capitaneia a causa.

Segundo Shanna Devine, investigadora-chefe da GAP para o caso, os trabalhadores não tiveram acesso a itens básicos de segurança, como máscaras, para evitar a contaminação. "Segundo relatos de quem participou da limpeza, a BP não permitiu essa proteção por uma questão de imagem. Para eles, se houvesse pessoas mascaradas, a população ficaria muito alarmada, temendo um risco de contaminação. A maioria usava apenas luvas e botas de borracha. Os próprios fabricantes alertam para a necessidade de se usar máscaras durante a aplicação do solvente", afirmou Devine, em entrevista à RFI.

O Corexit era aplicado basicamente de três formas: em barcos, diretamente por pessoas nas manchas de óleo e, o mais comum, por pulverização aérea. "Esse era o pior. Quando o vento mudava, muita gente era atingida diretamente por esse material corrosivo, causado problemas de pele seríssimos. O Corexit destruía o local onde tocava", explica a representante da GAP. Curiosamente, esse solvente tem seu uso proibido no Reino Unido, terra da BP, desde 1988, em função da toxicidade.

A BP não respondeu aos pedidos de entrevista da RFI para comentar o caso. A companhia também não se manifestou publicamente no sentido de assumir eventuais erros na administração do Corexit e de dar garantias de que ele não será mais empregado.

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