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EUA/ Furacão

Brasileiros em Nova York relatam passagem do furacão Sandy

Na cidade, onde pelo menos dez pessoas morreram, os moradores se adaptaram à falta de transporte, eletricidade e até estocaram água em alguns casos, seguindo à risca as recomendações do governo americano. O presidente Barack Obama classificou a situação de "catastrófica", e o prefeito Michael Bloomberg declarou que essa é provavelmente a pior tempestade já ocorrida na cidade. Mais de 750 mil pessoas ficaram sem eletricidade no estado.

Uma árvore derrubada depois da passagem do furacão Sandy, em Alphabet City, em Manhattan, à New York.
Uma árvore derrubada depois da passagem do furacão Sandy, em Alphabet City, em Manhattan, à New York. REUTERS/Andrew Kelly
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O furacão Sandy, que deixou pelo 27 mortos nos Estados Unidos, não pegou os brasileiros que moram no país de surpresa, já que a maioria seguiu à risca as medidas de precaução preconizadas pelas autoridades americanas. A primeira delas, não sair de casa, já que o transporte público parou de funcionar e milhares de pessoas ficaram sem eletricidade na cidade, dificultando a circulação e a comunicação.

O acrobata e dançarino brasileiro Fábio Tavares, por exemplo, que mora no Brooklin, se preparou para a passagem do furacão comprando mantimentos e estocando água. De acordo com ele, o metrô parou de funcionar no domingo. "Fui assistir a um espetáculo e na volta, Manhattan já estava com cara de cidade sombria", disse.

Nesta segunda-feira, Fábio saiu apenas para comprar comida enlatada em um mercado em frente a seu prédio, para ‘sobreviver’ caso ficasse um longo período sem eletricidade.  "Fui debaixo de chuva e o mercado  estava lotado. Também voltei pra casa e enchi minha banheira de água, esperando o pior acontecer", conta ele, que como os outros habitantes da cidade, seguiu a recomendação da prefeitura. 

"Moro em um prédio antigo, com uma estrutura forte, e não tenho elevador. Mas fiquei apreensivo porque trabalho e conheço muita gente que mora nas áreas de risco."

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Fábio Tavares

Fábio conta que, até ontem à noite, estava sem uma noção exata do impacto da tragédia, até que a eletricidade foi cortada e ele ficou sem Internet. "Aí fiquei com medo. Pensei : vai que piora, vai que acaba a luz de vez?" Ele diz que alguns de seus amigos, que moram perto do rio Hudson, precisaram deixar o apartamento. 

"Fiquei apreensivo e decidi dormir cedo.  Ao acordar nesta terça-feira, percebi que a Internet em casa tinha voltado a funcionar, mas quando liguei a TV, vi que a coisa foi feia", relata.

 Brasileira conta que está ilhada

A analista financeira Debora Coutinho, que mora na região de Nova York desde 1999, está desde domingo em casa. A área, na divisa com Connecticut, situada em uma região costeira, está ilhada, e as inundações atingiram diversas casas. De acordo com ela, a prefeitura pediu repetidas vezes aos moradores que se instalassem no sótão ou no último andar por precaução. 

"É uma situação complicada porque se você mora em um lugar muito baixo, tem que lidar com a água, e se você mora em um lugar muito alto, você tem que lidar com o vento. Quanto mais alto, o vento é mais forte. Estou na situação número dois, um lugar mais alto, que não foi afetado pela água, mas onde o vento fica é forte", explica.

Ela ressalta que a população foi avisada com antecedência, e quem seguiu as recomendações, de uma maneira geral, está em segurança.O vento, diz, chegou a 120 quilômetros por hora.

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Debora Coutinho

Segundo Debora, também caíram muitas árvores nas redes elétricas, aumentando o risco de incêndio. “Ontem teve muito fogo, a gente ouvia os caminhões de bombeiros, que não conseguiam chegar até os locais por conta do alagamento, e deixaram as casas queimarem. Coisas que eu nunca vi antes na história do país. Onde moro, mais da metade região está sem luz e inundada, e olha que nós fomos poupados", diz.

"Em New Jersey, a situação é bem pior." Débora, que vive em uma área litorânea , também conta que, nesta terça-feira, dormiu tarde, preocupada com a maré alta. "Eu estava com medo, porque disseram que a maré ia subir depois da meia-noite. Meu chefe me mandou uma foto de sua casa, perto daqui, com fotos da água entrando na sala.’’
 

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