BP acusada de "negligência grave e deliberada" pela maré negra do Golfo do México
A gigante petrolífera British Petroleum (BP) é acusada de "negligência grave” e “deliberada” pela administração Obama no caso da maré negra no Golfo do México, em 2010, em uma ação do ministério da Justiça dos Estados Unidos revelada nesta quarta-feira. No documento de 39 páginas encaminhado a um tribunal da Louisiania, o ministério também acusa o grupo britânico de promover uma “cultura da imprudência em um empresa”.
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O ministério pede aos juízes para investigar as responsabilidades da BP que é acusada de “apresentar de maneira enganosa” o naufrágio da plataforma Deepwater Horizon que provocou a maior catástrofe ecológica na história dos Estados Unidos. Uma cópia da ação foi obtida pela agência France Presse.
A explosão no dia 20 de abril de 2010 da plataforma Deepwater Horizon, a 80 quilômetros de Nova Orleans, no sul dos Estados Unidos, deixou 11 mortos e despejou centenas de milhões de litros de petróleo no Golfo do México.
Se a acusação de “negligência grave” for aceita durante o processo que tem início previsto para janeiro de 2013, a BP poderá ser condenada a pagar indenizações de centenas de bilhões de dólares por perdas e danos.
“A BP não agiu sozinha”, afirma o governo e “sua negligência grave e deliberada está intrinsecamente vinculada às ações e omissões de Transocean”, proprietária da plataforma Deepwater Horizon, diz o documento.
A British Petroleum concluiu um acordo amigável de 7,8 bilhões de dólares com as vítimas da maré negra. Mas o acordo ainda precisa ser ratificado pela justiça e o documento da administração Obama é uma resposta ao pedido da BP para aprová-lo.
O ministério esclarece, no entanto, que ele não se pronuncia sobre o acordo entre as partes civis e que pretende apenas oferecer um “contraponto rápido e limitado”
A BP "procura convencer que ou a empresa não cometeu uma negligência grave e deliberada ou que o meio ambiente absorveu sem danos o vazamento de milhões de barris de petróleo”, afirma o governo americano, defendendo que o tribunal deve “ignorar os argumentos parciais e totalmente enganosos”.
"Essas afirmações seletivas de uma recuperação total (do meio ambiente) são no mínimo julgamentos prematuros sobre a saúde do ecosistema geral do Golfo do México”, afirma o ministério.
A próxima audiência do caso está prevista para o dia 8 de novembro em um tribunal da Louisiania mas o processo só deve começar em janeiro de 2013.
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