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Estados Unidos/BP

Falta de comunicação pode estar na origem da maré negra no Golfo do México

Investigadores federais americanos começaram a ouvir nessa segunda-feira em Houston, no Texas, depoimentos em uma investigação para tentar descobrir as causas da explosão que levou ao derramamento de óleo no Golfo do México há quatro meses. Depois de ouvir funcionários, agora é a vez de fazer perguntas a altos executivos. As audiência acontecem até sexta-feira.

Neil Cramond, da BP Golfo, foi o primeiro executivo a depor na investigação sobre as causas da maré negra no Golfo do México.
Neil Cramond, da BP Golfo, foi o primeiro executivo a depor na investigação sobre as causas da maré negra no Golfo do México. REUTERS
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Cleide Klock, correspondente da RFI em Nova York

Nesta segunda-feira foram ouvidos executivos da BP e da Transocean. O primeiro a depor deixou a entender que o derramamento de óleo pode ter acontecido por uma falta de comunicação. Neil Cramond, encarregado de lidar com os riscos das operações offshore da BP Golfo, disse que raramente teve contato com um gestor da Transocean, o proprietário do equipamento. Porém, Cramond também falou que tem registros que mostram que, em diversas ocasiões, ele reportou suas preocupações sobre problemas de segurança na plataforma. Disse ainda que nem sempre os responsáveis pela segurança participam das decisões sobre como lidar com os riscos. Os investigadores também focaram nas pendências encontradas em um auditoria, feita em setembro de 2009.

Cramond respondeu dizendo que 63 dos 70 reparos, sob sua supervisão, tinham sido concluídos até o dia do desastre. Mas não ficou claro se os problemas mais graves foram solucionados. A outra testemunha, Paul Johnson, gerente da plataforma da Transocean, fez apenas declarações de perdas econômicas que a empresa teve durante a época que a BP fez os trabalhos de manutenção.

No dia 20 de abril aconteceu uma explosão na plataforma, 11 funcionários morreram e o incidente deu início ao pior vazamento marítimo de petróleo da história dos Estados Unidos. Estima-se que quase 780 milhões de litros de petróleo tenham jorrado no Golfo do México, causando graves prejuízos econômicos e ambientais. Cerca de 15 mil peixes e outras espécies marinhas podem ter morrido.

A BP conseguiu tampar provisoriamente o vazamento desde 15 de julho mas ainda é preciso cobrir definitivamente o poço. O prazo para essa operação final, que seria meados de agosto, foi adiado para 6 de setembro.

Nesta segunda-feira também começou a operar o fundo de compensação econômica de 20 bilhões de dólares para as vítimas do derramamento. A BP criou o fundo em junho, sob pressão da Casa Branca para que encontrasse uma solução para as perdas sofridas por vários setores, principalmente o turismo e a pesca.

Uma entidade independente administrará os processos vinculados ao desastre. De acordo com as regras, aqueles que tiveram perdas financeiras por causa do vazamento podem exigir compensações.

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