Demanda por Wi-Fi prejudicará acesso à web nos EUA, prevê governo

Com o aumento do número de celulares conectados à Internet por Wi-Fi, os Estados Unidos poderão ter dificuldade para suprir a demanda, e se preparam para enfrentar uma crise nos próximos três anos. O país também prevê um déficit do espectro de frequências que possibilitam o acesso à rede mundial.

Americana filma com seu iPad um navio que passa na baía de São Francisco. REUTERS/Jana Asenbrennerova

De acordo com a Comissão Federal das Comunicações, o tráfego nas faixas de frequência da Internet sem fio, que são divididas entre as operadoras, deve dobrar anualmente, até 2015. A comissão prevê um déficit de de 90 Mhz em 2013 e de 275 Mhz no ano seguinte. O aumento da demanda vai impactar diretamente o usuário, e provocar problemas de conexão, lentidão, além de tornar o serviço mais caro. O analista Jeff Kagan antecipa que haverá panes frequentes no uso de alguns aplicativos, como o GPS ou a visualização de vídeos.

Algumas operadoras já anunciaram que vão limitar a capacidade de conexão ou diminuir a velocidade do acesso nos smartphones. O crescimento desse mercado, que também inclui tablets e outros equipamentos que se conectam à Internet móvel, está consumindo o espectro da frequência usada pelo wifi. Lembrando que as emissoras de rádios e tevês utilizam a maior parte das frequências disponíveis, e uma parte é reservada à comunicação das Forças Armadas, da Polícia, dos serviços de emergência e do tráfego aereo.

Ainda segundo Kagan, a Apple está na origem da crise. Com a multiplicação do número de Iphones e Ipads a situação ficou mais crítica com o surgimento de outros aparelhos que utilizam o sistema Android, da Google. ‘’ A indústria mudou depois do lançamento do Iphone’’, diz o analista. ‘’Diversos aplicativos foram criados, o que aumentou o tráfego’’, conclui. Um outro problema é que as frequências disponíveis estão limitadas a cerca de 2500 Mhz. Em 2011, o governo Obama anunciou que liberaria 500Mhz no espectro de frequências nos próximos dez anos, na tentativa de evitar o 'engarrafamento' previsto nos próximos anos.