Decisão sobre reforço de fundos de resgate fica para março

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, disse no México, durante a reunião ministerial do G20, que os europeus vão decidir ao longo do mês de março se vão destinar mais recursos para fortalecer o FMI e o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, de modo a ajudar os países endividados da zona do euro a superar a crise das dívidas. O Brasil condiciona sua ajuda a uma maior participação no FMI.

O ministro Guido Mantega é cercado por jornalistas na reunião ministerial do G20, neste fim de semana, no México. REUTERS/Tomas Bravo

O ministro brasileiro Guido Mantega, que se reuniu com Schauble no sábado, condicionou a ajuda do Brasil ao FMI a um incremento dos fundos europeus pelos próprios países da zona do euro e a um aumento da representatividade das potências emergentes nas decisões do Fundo.

O FMI, representado na reunião de ministros das Finanças do G20, está em busca de US$ 600 bilhões para fortalecer sua carteira de empréstimos e assim continuar ajudando os países endividados da zona do euro a superar a crise atual. Por outro lado, também existem fortes pressões para que os europeus associem o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira com o Mecanismo Europeu de Estabilidade, um fundo permanente dotado de US$ 1 bilhão programado para entrar em vigor a partir de julho, mas a ideia enfrenta oposição da Alemanha. "Não faz o menor sentido injetar dinheiro sem fim nos fundos de resgate", afirmou o ministro alemão.

Schauble disse que dificilmente os europeus tomarão uma decisão no início do mês, entre 1 e 2 de março, datas em que os líderes europeus farão reunião de cúpula em Bruxelas. "O mês tem 31 dias", ponderou o ministro alemão, assegurando que um posicionamento europeu em março está adequado com o calendário do FMI, que só vai decidir em abril a ampliação de seus recursos.