Preço dos alimentos aumentou 40% desde 2007 na América Latina
Segundo a Agência das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), os preços dos alimentos na América Latina aumentaram 40% em quatro anos, atingindo os valores mais elevados das últimas três décadas. A instituição alerta para as consequências desses dados na luta contra a fome, que afeta mais de 50 milhões de pessoas na região.
Publicado em: Modificado em:
Segundo o relatório anual sobre segurança alimentar e nutricional da FAO, o preço dos alimentos está em alta constante desde 2007, e só teria sofrido uma leve queda em 2009. “O açúcar, por exemplo, se tornou totalmente imprevisível, como em um casino, mas a variação é sempre para cima”, explicou Alan Bojanic, um dos responsáveis da agência na ONU para a América Latina. De acordo com o relatório, os cereais, principal fonte de calorias para os habitantes da região, ficaram 36% mais caros apenas em 2010.
Essa alta nos preços é atribuída ao desenvolvimento da demanda mundial e da classe média, principalmente em países como a China e a Índia. Além disso, as mudanças de hábitos alimentares, com um consumo maior de carne bovina e leite também provocaram um aumento nos preços. E se por um lado a população mundial ganha 80 milhões de pessoas por ano, a produção dos chamados bens alimentares não cresce no mesmo ritmo.
A FAO se preocupa com as repercussões dessa alta de preço na luta contra a fome, que atinge 52,5 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe (cerca de 9% da população da região). O consumo de cereais na produção de biocombustíveis também é analisado com atenção pela agência da ONU, que aponta que 35% da colheita de milho dos Estados Unidos já é destinada à produção de combustível.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro