Justiça argentina decreta prisão de cinco envolvidos nos "voos da morte"
Três oficiais da Guarda Costeira argentina foram detidos na última terça-feira acusados de participar do voo da morte no qual uma freira francesa e outras quatro mulheres, entre elas uma das fundadoras do grupo Mães da Praça de Maio, foram jogadas vivas de um avião durante a ditadura militar.
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Os chamados "voos da morte" da ditadura argentina são investigados pelo juiz Sergio Torres. Ele também ordenou a detenção de um advogado e um suboficial da Marinha de Guerra. O anúncio das cinco prisões coincide com a fase final do processo envolvendo o ex-oficial da Marinha Alfredo Astiz, conhecido como "o anjo da morte" dos anos de chumbo na Argentina.
Segundo o juiz, os três oficiais da Guarda Costeira pilotaram o avião que lançou no mar a fundadora do grupo Mães da Praça de Maio, Azucena Villaflor, e a freira francesa Léonie Duquet. Já o suboficial confessou ter participado dos voos, enquanto o advogado estaria vinculado a grupos de repressão da Escola Superior de Mecânica das Forças Armadas (ESMA), o maior centro de detenção da ditadura militar argentina. O local acolheu um grupo de mais de dez pessoas, familiares de desaparecidos, sequestrados na Igreja Santa Cruz, em uma operação coordenada pelo ex-oficial Astiz. Nesse grupo estavam a fundadora do grupo Mães da Praça de Maio e duas freiras francesas, entre elas Duquet.
O avião transportando Villaflor e Duquet decolou de uma base aérea de Buenos Aires no dia 14 de dezembro de 1977. Os corpos das duas mulheres foram encontrados e identificados em 2005. A outra religiosa francesa continua desaparecida.
Num processo realizado na França sem a presença de Astiz, ele foi condenado à prisão perpétua pela morte das duas religiosas francesas.
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