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Equador/Golpe

Europeus condenam em peso ataques contra presidente do Equador

Diversos países europeus condenaram, nesta sexta-feira, a série de protestos e atos de violência desta quinta-feira contra o presidente do Equador, Rafael Correa, que passou cerca de 12 horas encurralado em um hospital da capital equatoriana.

O presidente do Equador, Rafael Correa, no palácio presidencial, em Quito, nesta quinta-feira, 30 de setembro de 2010.
O presidente do Equador, Rafael Correa, no palácio presidencial, em Quito, nesta quinta-feira, 30 de setembro de 2010. AFP / Présidence Equateur
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Em um comunicado, o presidente francês Nicolas Sarkozy expressou apoio ao presidente Correa, disse que segue com "atenção e preocupação" a situação no Equador e condenou o que chamou de "tentativa de desestabilização da ordem constitucional".

O governo britânico também demonstrou preocupação com os ataques e pediu que os insurgentes restaurem a ordem no país de maneira "pacífica e democrática".  O chefe do governo espanhol, José Luiz Rodrigues Zapatero disse que a comunidade internacional deve reagir com veemência para que seja respeitada a democracia na América Latina.

"É preocupante porque há duas décadas não temos tentativa alguma desse tipo na América Latina. Tivemos em Honduras um golpe que foi consumado, mas, entre aspas, validado  rapidamente com a realização de eleições. Seria gravíssimo que outro país, nesse caso Honduras, vivesse um processo desse tipo", disse Zapatero. O presidente da União Europeia, Heman Van Rompuy, também enviou mensagem de apoio ao preisdente Rafael Correa.

Correa foi recebido como heroi ontem à noite ao aparecer na varanda do palácio presidencial, após ser resgatado por militares e soldados, depois de ser mantido encurralado por mais de 8 horas em um hospital da capital Quito. Segundo ele, os policiais insurgentes planejavam assassiná-lo no hospital onde foi mantido cercado.

Unasul

Nesta sexta-feira, os chefes da diplomacia da Unasul, a União das Nações Sul-americanas, viajaram para Quito, no Equador, em apoio e solidariedade a Rafael Correa. O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse, em Buenos Aires, que o continente estava unido para defender a democracia no Equador. 

Ontem, os líderes da Unasul, reunidos em Buenos Aires, condenaram com veemência a rebelião orquestrada pelos policiais e militares e o cerco a Rafael Correa e se mostraram determinados a não tolerar nenhuma outra tentativa de ataque ao presidente equatoriano.

Participaram da reunião os presidentes do Peru, Venezuela, Chile, Bolívia, Colômbia e Uruguai, além da anfitriã, a presidenta argentina Cristina Kirchner que estava ao lado do marido, Nestor Kirchner, secretário geral da Unasul.

Devido às eleições presidenciais no Brasil, o presidente Lula enviou à reunião o ministro interino das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Ontem, o presidente Rafael Correa enfrentou a pior crise de seu governo desde que assumiu o poder em 2007.

Cerco

A rebelião começou ontem de manhã. Os policiais rebeldes ocuparam o Congresso e delegacias na capital Quito e em outras grandes cidades do país, enquanto 150 militares amotinados bloquearam o aeroporto internacional de Quito. Eles protestavam contra uma lei que suprime certos benefícios econômicos de membros da polícia, entre outros funcionários públicos.

Depois que uma bomba de gás lacrimogêneo explodiu perto dele, o presidente Rafael Correa ficou refugiado em um hospital durante cerca de 12 horas, enquanto policiais amotinados cercavam o local. Ele foi resgatado em uma operação espetacular realizada por militares fiéis ao governo. Segundo a Cruz Vermelha, a ação deixou dois mortos e 37 feridos.

Ao aparecer no balcão do Palácio do Governo em Quito ontem à noite, Correa foi recebido como herói por uma multidão. "Jamais aceitaremos negociar sob pressão", disse o presidente. Mais cedo, ele havia dito aos policiais que o mantinham preso no hospital: "Ou saio como presidente ou saio como cadáver".

Rafael Correa apontou Lúcio Gutierrez, o presidente destituído do poder em 2005, como um dos responsáveis do que descreveu como "uma tentativa de golpe de estado liderada pela oposição e por certos setores das forças armadas e da polícia".

"São sempre os mesmos conspiradores que são responsáveis pela situação atual. Eles tentam ganhar pela conspiração o que não conseguem obter pelas urnas. Ontem, quando votávamos a lei sobre a reforma da administração, a oposição fomentou um complô contra a Alianza País. Eles temiam a diminuição dos salários e a supressão dos bônus. É por isso que devemos nos unir diante desses traidores que querem liquidar o país".

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