ONU pede calma após candidatura de cantor ser rejeitada

A rejeição da candidatura do cantor de hip hop Wyclef Jean às eleições presidenciais no Haiti provocou indignação em muitos moradores de Porto Príncipe, mas não houve protestos violentos na capital após o anúncio da Comissão Eleitoral. As Nações Unidas pediram calma à população com medo de reações violentas. 

Wyclef Jean deverá esperar para cumprir seu sonho de governar o Haiti. Reuters

Na noite desta sexta-feira, a Comissão Eleitoral Provisória divulgou a lista dos 19 nomes dos candidatos que poderão concorrer à eleição presidencial de 28 de novembro. Segundo analistas políticos, todos os 6 nomes da diáspora haitiana foram descartados do pleito, entre eles o do cantor Wyclef Jean, de 40 anos, o mais famoso entre os pré-candidatos.

Segundo Emmanuel Wesner, um ex-parlamentar, Wyclef Jean " representava uma ameaça ao candidato do poder, e mais amplamente, uma ameaça para toda a classe política porque sua candidatura despertou um grande interesse por parte da população".

O embaixador do Haiti em Washington, Raymond Joseph, também não teve aprovado seu nome e não será candidato à sucessão do atual presidente, René Préval.  A Comissão analisou nomes de 33 pré-candidatos.

Entre os 19 nomes aprovados pela Comissão estão o candidato do partido no poder, Jude Célestin, do partido Unidade, e também o do ex-primeiro-ministro Jacques-Edouard Alexis, obrigado à renunciar ao cargo após a revolta de 2008 devido à fome que atingia a população. Outro cantor popular no Haiti, Michel Martelly, também irá ser candidato às presidenciais.

Agências de notícias presentes em Porto Príncipe, cidade que ainda continua arrasada pelo terremoto do dia 12 de janeiro, constararam que a noite de sexta-feira para sábado transcorreu pacificamente, sem sinais de revolta.

A polícia do Haiti e os "capacetes azuis" da ONU foram mobilizados para proteger os escritórios da Comissão Eleitoral para evitar tumultos.