Conferência de Doadores discute futuro do Haiti

O objetivo do encontro, que acontece nesta quarta-feira, é obter 3,8 bilhões de dólares para a reconstrução do país. O Brasil, um dos co-organizadores da reunião, deve anunciar novas doações.

A comunidade internacional estima que serão necessários cerca de 3 bilhões e 800 milhões de dolares para reconstruir o Haiti. Reuters

Cleide Klock, correspondente da RFI em Nova York

Cerca de 138 países e representantes do FMI e do Banco Mundial participam nesta quarta-feira em Nova York da Conferência Internacional de Doadores por um Novo Futuro para o Haiti. O objetivo é obter 3,8 bilhões de dólares para a reconstrução do país, que conta com 1 milhão de desabrigados depois do terremoto ocorrido no dia 12 de janeiro. A tragédia provocou a morte de quase 300 mil pessoas. Ban Ki Moon fez um apelo para que toda a comunidade internacional seja solidária ao Haiti, dizendo que o que imagina hoje, não é outra coisa senão uma reconstrução nacional total do país.

De acordo com Ban Ki Moon, para reconstruir o país em 10 anos serão necessários, inicialmente, pelo menos US$ 3,9 bilhões. Mas esse valor pode chegar a US$ 11,5 bilhões.  Já Hilary Clinton descreveu com detalhes os grandes problemas enfrentados hoje no Haiti e disse que essa não é apenas uma conferência para a reconstrução de um país, "mas um evento para o mundo se unir e mostrar o que pode fazer de melhor numa situação como essa". Clinton também anunciou que os EUA vão liberar 1,15 bilhão de dólares.
 

O presidente do Haiti, Réné Préval sustenta que a reconstrução do país não significa um retorno à situação anterior ao terremoto, mas cria as condições para acabar com as causas do subdesenvolvimento. O ministro brasileiro Celso Amorim afirmou que o compromisso do Brasil com o Haiti é antigo e repetiu as palavras de Hillary dizendo que essa é uma oportunidade para o mundo se unir.

O  Banco Mundial anunciou a doação de 250 milhões de dólares. A União Europeia e seus países membros devem anunciar uma contribuição de pelo menos 1,2 bilhão de euros. O governo brasileiro já doou 190 milhões de dólares em recursos suplementares, alimentos, água e remédios além do montante de US$ 17 milhões a diversas organizações internacionais presentes no Haiti. Durante a Conferência, o Brasil – que será representado pelo Ministro Celso Amorim, os brasileiros devem ainda anunciar novas ofertas de ajuda.
 

O Brasil é um dos co-realizadores da conferência ao lado da França, Canadá, União Européia e Espanha.  Nesta terça-feira, funcionários da ONU disseram que é preciso atender também às necessidades humanitárias urgentes, já que a temporada de furacões no país está próxima e muitas pessoas estão morando em tendas e acampamentos. O apelo pela ajuda humanitária de 1,4 bilhão de dólares feita logo após o terremoto, ainda está 52% abaixo da meta.