Antony Blinken procura países voluntários para liderar força de segurança no Haiti
Em viagem pelo Caribe, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, apelou à comunidade internacional para socorrer o Haiti, país minado pela violência e pela pobreza. Na quarta-feira (5), o americano instou as autoridades haitianas a trabalharem para buscar um consenso político. Depois de passar por Trinidad e Tobago, Blinken viaja nesta quinta-feira (6) para a Guiana,
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"Acho que é imperativo que a comunidade internacional se una em apoio ao Haiti", disse Blinken, na noite de quarta-feira, antes de um encontro com o primeiro-ministro haitiano Ariel Henry, às margens de uma cúpula de países caribenhos (Caricom), sediada em Trinidad e Tobago.
O primeiro-ministro haitiano relatou que seu país enfrenta violência e uma "preocupante crise humanitária" e pediu ajuda aos países da Caricom e aos Estados Unidos. Em seguida, agradeceu Washington por prometer dar segurança e assistência humanitária.
Durante uma sessão plenária do Caricom, Blinken havia prometido que os americanos ajudariam a restaurar a segurança no Haiti, um pré-requisito necessário para o retorno da ordem democrática ao país. "Os Estados Unidos compartilham o sentimento de toda a região, de que devemos ajudar o povo haitiano a moldar o seu futuro para restaurar a ordem democrática por meio de eleições justas e livres", afirmou o secretário de Estado americano, diante dos chefes de Estado e de governo dos países do Caribe reunidos em Porto da Espanha.
"Os haitianos não podem alcançar esses objetivos cruciais sem segurança", acrescentou, reforçando o apelo do governo haitiano para o estabelecimento de uma força multinacional para restaurar a ordem.
No entanto, Blinken não deu nenhuma indicação de qual país poderia liderar essa força, já que os Estados Unidos se recusam a fazê-lo, no momento.
ONU pede envio de força de segurança
A viagem do secretário de Estado dos Estados Unidos ocorre em um momento em que a ONU pede o envio de uma força de segurança para o Haiti, onde a situação humanitária e a violência pioram a cada dia.
Depois de uma viagem a Porto Príncipe no sábado (1), onde exortou a comunidade internacional a não "esquecer" o Haiti, o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, pediu na segunda-feira "apoio" internacional para a polícia haitiana enfrentar uma situação "sem precedentes".
"A situação de segurança está se deteriorando rapidamente e as necessidades humanitárias estão aumentando", reiterou ele de Trinidad e Tobago, onde foi aberta a cúpula da Caricom, da qual o Haiti é um dos membros. Guterres voltou a defender o "desdobramento de uma força de segurança internacional autorizada pelo Conselho de Segurança" e "capaz de cooperar com a Polícia Nacional do Haiti para desmantelar as gangues na origem dessa violência sem precedentes".
A própria legitimidade do primeiro-ministro é questionada. O Haiti não realiza eleições desde 2016 e o presidente Jovenel Moïse foi assassinado, em julho de 2021.
Brasil já liderou missão no Haiti
Há quase um ano, o primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, pede intervenção internacional em seu país, mas nenhum país se declarou pronto para liderar uma força de intervenção.
Brasil e Canadá são os mais envolvidos nas discussões, enquanto os Estados Unidos preferem apoiar o fortalecimento da polícia local.
Em uma reunião bilateral com o primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, em Paris, em 22 de junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comprometeu a ajudar o Haiti, um dos países mais pobres do planeta, a encaminhar demandas da ilha na organização das Nações Unidas para equacionar o duplo problema que desespera os haitianos: a falta de segurança e as carências crônicas da população.
Lula pediu que Henry estabelecesse uma lista de prioridades, para que o Brasil possa apoiar as demandas enquanto membro do Conselho de Segurança da ONU e também de forma bilateral.
O Exército brasileiro esteve no comando da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) durante 13 anos, até seu encerramento em 2017, mas o legado da operação foi posteriormente questionado.
(Com informações da AFP)
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