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Biden decide abordar crise migratória nos EUA e anuncia visita na fronteira com o México

O presidente norte-americano Joe Biden abordou o tema da imigração em um discurso na Casa Branca, nesta quinta-feira (5), diante das chegadas em massa de migrantes à fronteira com o México. O assunto é politicamente perigoso para o chefe da Casa Branca, que irá pela primeira vez desde sua eleição à fronteira sul dos Estados Unidos neste fim de semana.

Migrantes vindos da América Central e expulsos dos Estados Unidos devido à regra "Title 42", diante do prédio do Instituto Nacional da Migração em Ciudad Juarez, em Chihuahua, no México, em 5 de abril de 2021.
Migrantes vindos da América Central e expulsos dos Estados Unidos devido à regra "Title 42", diante do prédio do Instituto Nacional da Migração em Ciudad Juarez, em Chihuahua, no México, em 5 de abril de 2021. AFP - HERIKA MARTINEZ
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Tentando mostrar ao mesmo tempo humanidade e firmeza, Biden alertou os migrantes latino-americanos para não se dirigirem à fronteira sem ter começado antes um procedimento legal para obtenção de vistos.

Ele prometeu reparar um sistema de imigração “quebrado”, reconhecendo que este problema “difícil” não seria resolvido “do dia para a noite”.

O presidente americano irá domingo (8), pela primeira vez após dois anos no poder, à fronteira sul dos Estados Unidos, mais precisamente a El Paso, no Texas e, posteriormente, ao México. Biden já informou que o “reforço da fronteira” estará no centro das discussões com o presidente mexicano Manuel López Obrador.

Durante o discurso, o chefe da Casa Branca teve que fazer malabarismos. De um lado, ele criticou os republicanos pela “demagogia” diante da crise migratória, os acusando de bloquear seus pedidos de financiamento para enfrentar o problema. Por outro lado, não anunciou “novas consequências” para quem atravessasse a fronteira ilegalmente, apenas que os Estados Unidos recorrerão com mais frequência a expulsões imediatas, seguidas de uma proibição de nova entrada no território durante cinco anos.  

“Nós podemos aumentar a segurança da fronteira e reparar a política de imigração para que ela seja ordenada, segura e humana. Nós podemos fazer tudo isso sem apagar a chama da liberdade que fez que gerações de imigrantes viessem para a América”, afirmou.

Mais de 230.000 detenções foram registradas em novembro na fronteira sul dos Estados Unidos, um número recorde.

Autorizações

A Casa Branca também informou que até 30.000 migrantes qualificados seriam autorizados cada mês a entrar nos Estados Unido vindos de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela, os quatro principais países de origem da maioria dos migrantes.

Estas chegadas deverão, no entanto, ser feitas por avião, para não aumentar a carga de trabalho dos guardas de fronteira, e dentro de um processo legal.

Setores importantes da economia americana, principalmente da agricultura, dependem da mão de obra estrangeira, mas o sistema migratório está atualmente à beira de um colapso.

Os migrantes, que querem escapar da pobreza ou da violência em seus países, correm enormes riscos para entrar nos Estados Unidos. Mais de 800 pessoas morreram no ano passado, a maioria afogada no Rio Grande, de acordo com um responsável da guarda de fronteira citado pela rádio NPR.

Diante das críticas constantes da oposição, mas também de associações de defesa de migrantes, Joe Biden decidiu enfrentar o tema. Por ora, sua administração se contentou em expulsar os migrantes para o México, utilizando uma medida estabelecida por seu antecessor, Donald Trump, durante a pandemia, que permite, devido à crise sanitária, expulsar imediatamente qualquer estrangeiro clandestino interceptado na fronteira, incluindo potenciais requerentes de asilo.

Consciente que o fim desta medida encorajaria ainda mais novos candidatos à imigração, a administração Biden pede fundos para recrutar funcionários na fronteira e juízes especializados no direito de asilo.

(Com informações da AFP) 

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