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Como destruir as más lembranças de 2022? Conheça a tradição americana do Good Riddance Day

Os nova-iorquinos e os turistas de passagem pela cidade norte-americana celebram nesta quarta-feira (28) o Good Riddance Day, data criada em 2007 para enterrar as más lembranças do ano que termina. Os participantes se reúnem em plena Times Square e queimam folhas com palavras e frases que representam os maus momentos de 2022.

Em 2021 (foto), muitos participantes do Good Riddance Day queimaram folhas com a palavra 'Covid', na esperança de virar a página da pandemia.
Em 2021 (foto), muitos participantes do Good Riddance Day queimaram folhas com a palavra 'Covid', na esperança de virar a página da pandemia. AP - Corey Sipkin
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“Diga adeus às suas memórias indesejadas do ano”. É com essas palavras que o site de Times Square convida os moradores de Nova York a celebrar o final de 2022 e se despedir “de tudo que nos frustrou”.

“Traga seus momentos mais embaraçosos, suas maiores falhas e maiores arrependimentos e nós os colocaremos em nossos formulários oficiais do Good Riddance Day para nos livrarmos desses obstáculos antes de cruzar a linha de chegada em 2023”, informam os organizadores do evento, que não tem nada de oficial.

Isso não impede que, a cada edição, milhares de pessoas de passagem pelo bairro icônico do centro de Nova York anotem suas lembranças negativas em folhas, que são expostas em um painel. Quem quiser pode dizer em voz alta, com a ajuda de um microfone instalado no meio da praça, do que pretende se livrar, antes de as folhas serem queimadas diante de aplausos.

“Covid” e “quarentena” na lista das más recordações 

Os organizadores se inspiram em uma série de rituais já existentes, como a destruição dos monigotes, os bonecos incinerados nas festas de fim de ano de vários países do continente americano, de Honduras ao Panamá, passando por Venezuela, Uruguai, Chile, Equador, Colômbia e Argentina. Sem esquecer a 'queima de Judas' que existe em algumas cidades brasileiras.

Mas no caso do Good Riddance Day, a ideia é resumir, em algumas palavras, uma página do ano que merece ser virada para sempre. Sem surpresa, desde a edição 2021 “Covid”, “quarentena” ou “máscaras” foram os termos mais vistos nos formulários do Good Riddance Day. 

Esse momento de livramento catártico também faz pensar em outro ritual com ares de “já vai tarde” realizado no Brasil. A partir da década de 1960, funcionários dos escritórios do centro de São Paulo promoviam uma chuva de papel picado. A brincadeira, que marcava o momento em que os operadores do então coração econômico do país se livravam dos relatórios concluídos no fim do ano, desapareceu aos poucos. Não apenas em razão das montanhas de papel acumuladas nas calçadas, que enlouqueciam os garis do final da festa, mas também devido à digitalização das atividades financeiras, que reduziu a quantidade de documentos impressos.

Para quem não está em Nova York, é possível participar do evento à distância. Basta usar #GoodRiddanceDay no Twitter e Instagram e, eles prometem, as más lembranças serão destruídas para sempre.

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