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EUA: eleições de meio mandato mostram risco da influência de Trump para a democracia americana

As eleições de meio mandato nos Estados Unidos são as primeiras após a derrota de Donald Trump e a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. Os jornais franceses destacam, nesta terça-feira (8), a influência do ex-presidente americano e os perigos que ele representa para a democracia do país.

O ex-presidente Donald Trump em um comício de campanha para apoiar o candidato ao Senado Marco Rubio, em Miami, em 6 de novembro de 2022.
O ex-presidente Donald Trump em um comício de campanha para apoiar o candidato ao Senado Marco Rubio, em Miami, em 6 de novembro de 2022. AP - Rebecca Blackwell
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Um dos grandes desafios será a apuração dos votos, que já é contestada pelos candidatos "trumpistas", segundo Libération. Diversos estudos mostram uma progressão significativa "da tentação ao autoritarismo" na população e, de acordo com o jornal, os americanos não estão divididos apenas por adesão partidária, cultural ou identitária, mas também em relação ao modo de governo.

Ainda que seja difícil saber se a era Trump foi a causa ou a manifestação dessa expansão, o certo é que o ex-presidente ocupa um lugar inédito nestas eleições para um candidato derrotado nas urnas. Le Figaro lembra que o ex-presidente é alvo de várias investigações e poderia ser em breve indiciado pelo Procuradoria Geral dos Estados Unidos. Apesar disso, ele conserva o apoio de uma sólida parte dos eleitores republicanos e agiu nos bastidores dessas eleições para preparar sua provável candidatura a um novo mandato.

Inflação

Enquanto o país atravessa a inflação mais alta dos últimos 40 anos, a campanha foi completamente dominada pela crise aberta pelo ex-presidente em 2020, que se recusou a aceitar a derrota para Joe Biden. De acordo com o jornal, as acusações de fraude prejudicaram a legitimidade de seu sucessor e "contaminaram" todo o sistema eleitoral americano.

Le Monde explica que a questão central desta eleição ultrapassa o número de votos que vão receber republicanos e democratas e a alternância parlamentar. Biden representou "um retorno à normalidade", mas esse equilíbrio parece frágil, já que é incarnado apenas pelo Executivo.

Além disso, quase dois anos após o ataque ao Congresso americano, o movimento MAGA (Make America Great Again), lançado por Trump, não foi descredibilizado pelo Partido Republicano. Pelo contrário, a corrente trumpista e seu controle do Grand Old Party aumentaram, estabelecendo entre republicanos uma forma de separação política, geográfica e cultural que ameaça a democracia do país.

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