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Justiça do Equador manda soltar indígena preso em protesto; Iza responderá processo em liberdade

A justiça do Equador ordenou nesta quarta-feira (15) a libertação imediata do líder indígena Leonidas Iza. Ele é acusado pelo Ministério Público equatoriano de paralisar o serviço de transporte público ao bloquear estradas durante protestos contra o governo e vai responder ao processo em liberdade.

O líder indígena equatoriano Leonidas Izar Salazar havia sido preso durante um protesto, mas foi libertado nesta quarta-feira (15).
O líder indígena equatoriano Leonidas Izar Salazar havia sido preso durante um protesto, mas foi libertado nesta quarta-feira (15). © Divulgação
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Os protestos no Equador, organizados pela Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie) têm uma nova rodada nesta quarta-feira, pelo terceiro dia consecutivo. “Continuamos com a luta”, afirmou o líder após ser liberado.

Iza, presidente da poderosa entidade social, deverá se apresentar periodicamente à Justiça enquanto responde a uma ação em que é acusado de "suposta paralisação de um serviço público". O crime pode ser punido com até três anos de prisão no Equador.

Protestos por redução de combustíveis

Iza lidera as manifestações contra o governo do presidente conservador Guillermo Lasso. Os indígenas exigem a redução do preço dos combustíveis e a renegociação das dívidas dos trabalhadores rurais com os bancos.

O grupo tem ainda outras pautas, como a luta contra o desemprego e a concessão de licenças de mineração em territórios indígenas. Além disso, exige que o governo controle os preços dos produtos agrícolas.

Após ser liberado, Iza declarou que os protestos não serão interrompidos. "Não vamos tirar o direito de ninguém, esperamos apenas que nossos direitos, que estão sendo violados, também sejam ouvidos."

Entre 1997 e 2005, a confederação teve importante participação em protestos que derrubaram três presidentes do Equador. No país, os povos nativos representam ao menos um milhão dos 17,7 milhões de cidadãos.

Aumento de protestos após prisão

O líder indígena estava detido em uma base militar da cidade andina de Latacunga, no sul, e foi liberado uma hora após a audiência. Iza foi recebido por alguns apoiadores com abraços. "Viva a luta!" e "Viva a greve!", gritaram os manifestantes.

A prisão do dirigente aumentou a revolta, com viaturas da polícia incendiadas, jornalistas agredidos, policiais bloqueados e poços de petróleo paralisados.

Em Quito, os manifestantes queimaram um veículo de patrulha e na região amazônica do país forçaram a paralisação das atividades nos poços da empresa chinesa PetroOriental, que calcula perdas de 1.400 barris por dia.

Centenas de manifestantes seguiram até a sede do Ministério Público em Latacunga para criticar a detenção, que a Conaie considerou "violenta, arbitrária e ilegal".

Na madrugada desta quarta-feira uma longa fila de caminhões e alguns pneus em chamas bloquearam o acesso à capital Quito.

(Com informações da AFP)

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