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Vladimir Putin vai falar com Bolsonaro sobre possível entrada da Argentina no Brics

O pedido de formar parte dos Brics foi feito pelo presidente argentino, Alberto Fernández, em visita ao Kremlin e será também tratado com o presidente chinês, Xi Jinping, no próximo domingo (6). Em plena tensão em torno da Ucrânia, Fernández criticou a dependência argentina dos Estados Unidos e ofereceu a Putin ser a porta de entrada da Rússia na América Latina.

Presidentes da Argentina, Alberto Fernández,e da Rússia, Vladimir Putin, no Kremlin falam sobre entrada da Argentina no BRICS
Presidentes da Argentina, Alberto Fernández,e da Rússia, Vladimir Putin, no Kremlin falam sobre entrada da Argentina no BRICS © Presidência Argentina
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Na primeira escala da viagem à Rússia e à China, o presidente argentino, Alberto Fernández, indicou ao líder russo, Vladimir Putin, o desejo da Argentina de formar parte dos Brics, o grupo de emergentes integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Segundo Fernández, Putin prometeu que vai tratar do pedido argentino ainda neste mês, quando o presidente Jair Bolsonaro viajar a Moscou.

"Putin me disse que vai conversar sobre o assunto, dentro de pouco, quando estiver com Bolsonaro e com Xi Jinping", revelou Alberto Fernández, em referência aos presidentes de Brasil e China, num breve encontro com a imprensa durante a sua visita à Rússia.

De Moscou, o presidente argentino partiu a Pequim, onde vai participar nesta sexta-feira (4) da abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, contra os quais os Estados Unidos promoveram um boicote diplomático.

No domingo, durante a reunião com Xi Jinping, Alberto Fernández também vai abordar a sua vontade de somar a letra A ao final de Brics, para formar Bricsa.

Menos Estados Unidos e mais Rússia

O movimento de associar-se às grandes economias do Oriente, através do Brics, é parte da estratégia do presidente argentino de romper com o que chamou de "dependência argentina dos Estados Unidos" contra a qual ofereceu ser "a porta de entrada da Rússia na América Latina".

Foi uma crítica aberta aos Estados Unidos, em plena tensão entre Washington e Moscou em torno da Ucrânia e apenas seis dias depois de um princípio de entendimento da Argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI), para o qual a ajuda do governo norte-americano foi crucial.

"Ao falar mal de Washington, a partir do Kremlin, o presidente argentino concedeu um favor diplomático a Moscou num momento em que a liderança russa é questionada por boa parte do Ocidente sobre o conflito na fronteira com a Ucrânia", afirmou à RFI o analista internacional e ex-embaixador argentino na Costa Rica e em Israel, Mariano Causino.

"Ao propor que a Argentina seja uma porta de entrada na América Latina, o presidente argentino pode provocar um dano na relação com os Estados Unidos, comprometendo os interesses da Argentina a longo prazo. São declarações imprudentes, inconvenientes e irresponsáveis", sentenciou Causino.

"É inexplicável essa posição no meio de um conflito em relação à Ucrânia e no meio de uma difícil negociação com o FMI. Revela uma clara incompreensão dos vínculos históricos da Argentina com o mundo", observa Diego Guelar, ex-embaixador argentino nos Estados Unidos, na União Europeia, no Brasil e na China.

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