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Sequestrador de sinagoga no Texas é britânico que cometeu "ato terrorista", dizem autoridades

O homem que morreu depois de fazer reféns em uma sinagoga no Texas foi identificado pelo FBI, a Polícia Federal americana, como Malik Faisal Akram, um britânico de 44 anos. O incidente foi descrito neste domingo (16) pelos Estados Unidos e o Reino Unido como um "ato terrorista".

A sinagoga de Colleysville, no sul do Texas, onde quatro pessoas foram mantidas como reféns durante dez horas.
A sinagoga de Colleysville, no sul do Texas, onde quatro pessoas foram mantidas como reféns durante dez horas. © AFP
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Os quatro reféns – entre eles um respeitado rabino local, Charlie Cytron Walker – foram libertados ilesos na noite de sábado (15) na pequena cidade de Colleysville, no sul dos EUA, após 10 horas de sequestro.

O presidente Joe Biden afirmou que o incidente foi "um ato de terrorismo" relacionado com "alguém que foi detido há 15 anos e está preso há dez anos", aparentemente confirmando as notícias da imprensa segundo as quais o sequestrador exigia a libertação da cientista paquistanesa Aafia Siddiqui, condenada a 86 anos de prisão por terrorismo. Biden também prometeu "se opor ao antissemitismo e ao aumento do extremismo no país", ao falar com repórteres durante um evento na Filadélfia.

A secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, classificou no Twitter o episódio como um "ato de terrorismo e antissemitismo". "Estamos com os Estados Unidos na defesa dos direitos e das liberdades de nossos cidadãos contra aqueles que espalham ódio", afirmou.

Não há "nenhum indício" de que mais alguém esteja envolvido no ataque, de acordo com um comunicado do escritório do FBI de Dallas. A nota não especifica detalhes sobre Akram ou seus motivos.

Após o fim do impasse na noite de sábado, o agente especial do FBI Matt DeSarno disse a jornalistas em Colleysville que a investigação teria "alcance global". "Estamos em contato com várias pistas do FBI que incluem Tel Aviv e Londres", acrescentou. A polícia não informou se o suspeito foi morto pela equipe que realizou a operação ou se ele cometeu suicídio.

"Nenhum envolvimento"

A cientista paquistanesa Aafia Siddiqui é a primeira mulher suspeita pelos Estados Unidos de ter ligações com a rede terrorista Al Qaeda. Ela até recebeu o apelido de "Lady Al Qaeda". Sua causa é celebrada no Paquistão e nos círculos jihadistas do sul da Ásia.

Siddiqui foi presa no Afeganistão em 2008. Dois anos depois, foi condenada por um tribunal de Nova York pela tentativa de assassinato de oficiais americanos em seu país. Atualmente, está detida em uma prisão de Fort Worth, no Texas.

Em um comunicado à CNN, o advogado de Siddiqui, disse que ela "não tem absolutamente nenhum envolvimento" na situação dos reféns e condenou o incidente na sinagoga.

O agente do FBI não confirmou as exigências do suspeito, mas disse que estavam "focadas em uma questão que não era especificamente uma ameaça à comunidade judaica".

Live no Facebook

A certa altura do cerco à sinagoga, o confronto envolveu cerca de 200 agentes das forças de segurança locais, estaduais e federais reunidos em torno da Congregação Beth Israel, em Colleyville. Uma transmissão ao vivo da página da sinagoga no Facebook durante o culto do "Sabbat" pareceu captar a voz do homem falando, em tom muito alto, embora não mostrasse a cena dentro do templo religioso.

Na transmissão, ouvia-se um homem afirmar: "Ponham minha irmã no telefone" e "Eu vou morrer". Ele dizia ainda: "Há algo de errado com os Estados Unidos".

De acordo com a ABC News, o sequestrador estava armado e alegou ter bombas em vários locais, o que não foi confirmado.

Um dos reféns foi liberado no início da intervenção policial. Depois de horas do que, segundo a polícia, foram extensas negociações com o suspeito, uma equipe de elite da SWAT invadiu a sinagoga.

Jornalistas que estavam próximos do local relataram ter ouvido um estrondo – provavelmente uma granada de fragmentação usada como distração – e tiros.

"Terrível"

Ellen Smith, membro da congregação que cresceu frequentando a sinagoga, disse em entrevista à CNN que a situação foi "chocante e terrível". Para ela, este evento não foi uma surpresa. "Os casos de antissemitismo têm crescido ultimamente, mas desde que os judeus caminham pela Terra, somos perseguidos", comentou.

O incidente despertou preocupação na comunidade judaica e no governo de Israel, cujo primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, afirmou estar acompanhando "de perto" a situação.

Sinagogas em várias cidades dos EUA aumentaram sua segurança após o ataque, embora as autoridades tenham dito que não acreditam que o incidente seja parte de uma ameaça global.

Com informações da AFP

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