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EUA desistem de indenizar famílias de migrantes separadas na fronteira com o México

O governo dos Estados Unidos decidiu abandonar as negociações para indenizar as famílias de migrantes separadas na fronteira com o México, vítimas da política de "tolerância zero" do ex-presidente Donald Trump. A decisão foi divulgada nesta quinta-feira (16) pelos advogados das famílias e o Executivo americano. 

Migrantes da América Central expulsos dos Estados Unidos, diante do Instituto Nacional de Migração em Ciudad Juarez, no Estado mexicano de Chihuahua, em abril de 2021
Migrantes da América Central expulsos dos Estados Unidos, diante do Instituto Nacional de Migração em Ciudad Juarez, no Estado mexicano de Chihuahua, em abril de 2021 AFP - HERIKA MARTINEZ
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O governo americano reconhece o impacto da medida tomada pelo ex-presidente Donald Trump. "Embora as partes não tenham conseguido chegar a um acordo neste momento, continuamos comprometidos em fazer justiça às vítimas desta política abominável", declarou o Departamento americano de Justiça, em um comunicado.

As famílias que abandonaram as ações judiciais não descartam a possibilidade de retomá-las no futuro. Elas pedem que sejam indenizadas por "danos psicológicos", e anunciaram que darão continuidade ao processo. "Voltaremos ao tribunal", disse Lee Gelernt, vice-diretor do Projeto de Direitos dos Imigrantes da União de Liberdades Civis Americanas (ACLU), que abriu um dos processos.

"O trauma infligido a essas crianças e pais pelas mãos de nosso próprio governo é inimaginável.Temos que fazer o que é certo", continuou, lamentando que "o governo Biden permitiu que a política interferisse na ajuda às crianças abusadas deliberadamente" pelas autoridades.

Depois de assumir a presidência em janeiro, prometendo uma abordagem mais "humana" à imigração, Biden colocou um fim à política de "tolerância zero" de Trump na fronteira com o México.

Parte do muro construído entre os Estados Unidos e o México, em San Ysidro, em San Diego, na Califórnia
Parte do muro construído entre os Estados Unidos e o México, em San Ysidro, em San Diego, na Califórnia AFP - PATRICK T. FALLON

Biden apoia indenização

Essa diretriz, que o ex-presidente republicano suspendeu em junho de 2018 em meio a fortes críticas, intensificou o processo criminal de pessoas flagradas entrando ilegalmente no país, levando à separação de milhares de menores de seus pais.

No final de outubro, o Wall Street Journal informou que os Departamentos de Justiça e Segurança Interna (DHS) dos Estados Unidos estavam negociando uma indenização com as famílias afetadas que haviam processado o governo, adiantando que os pagamentos podiam chegar a US$ 450 mil.

Biden descartou o valor anunciado em novembro, mas disse que apoia a indenização para famílias de migrantes separadas. O DHS informou em junho que 3.913 crianças separadas de suas famílias foram identificadas na fronteira EUA-México durante a administração Trump. 

Cerca de 1.786 delas foram devolvidas às suas famílias, enquanto os esforços de uma força-tarefa criada por Biden para promover as reunificações continuavam. As detenções de pessoas sem documentos na fronteira sul dos Estados Unidos atingiram números recordes nos últimos anos, a maioria vinda da América Central e do México.

(Com informações da AFP)

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