EUA desistem de indenizar famílias de migrantes separadas na fronteira com o México
O governo dos Estados Unidos decidiu abandonar as negociações para indenizar as famílias de migrantes separadas na fronteira com o México, vítimas da política de "tolerância zero" do ex-presidente Donald Trump. A decisão foi divulgada nesta quinta-feira (16) pelos advogados das famílias e o Executivo americano.
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O governo americano reconhece o impacto da medida tomada pelo ex-presidente Donald Trump. "Embora as partes não tenham conseguido chegar a um acordo neste momento, continuamos comprometidos em fazer justiça às vítimas desta política abominável", declarou o Departamento americano de Justiça, em um comunicado.
As famílias que abandonaram as ações judiciais não descartam a possibilidade de retomá-las no futuro. Elas pedem que sejam indenizadas por "danos psicológicos", e anunciaram que darão continuidade ao processo. "Voltaremos ao tribunal", disse Lee Gelernt, vice-diretor do Projeto de Direitos dos Imigrantes da União de Liberdades Civis Americanas (ACLU), que abriu um dos processos.
"O trauma infligido a essas crianças e pais pelas mãos de nosso próprio governo é inimaginável.Temos que fazer o que é certo", continuou, lamentando que "o governo Biden permitiu que a política interferisse na ajuda às crianças abusadas deliberadamente" pelas autoridades.
Depois de assumir a presidência em janeiro, prometendo uma abordagem mais "humana" à imigração, Biden colocou um fim à política de "tolerância zero" de Trump na fronteira com o México.
Biden apoia indenização
Essa diretriz, que o ex-presidente republicano suspendeu em junho de 2018 em meio a fortes críticas, intensificou o processo criminal de pessoas flagradas entrando ilegalmente no país, levando à separação de milhares de menores de seus pais.
No final de outubro, o Wall Street Journal informou que os Departamentos de Justiça e Segurança Interna (DHS) dos Estados Unidos estavam negociando uma indenização com as famílias afetadas que haviam processado o governo, adiantando que os pagamentos podiam chegar a US$ 450 mil.
Biden descartou o valor anunciado em novembro, mas disse que apoia a indenização para famílias de migrantes separadas. O DHS informou em junho que 3.913 crianças separadas de suas famílias foram identificadas na fronteira EUA-México durante a administração Trump.
Cerca de 1.786 delas foram devolvidas às suas famílias, enquanto os esforços de uma força-tarefa criada por Biden para promover as reunificações continuavam. As detenções de pessoas sem documentos na fronteira sul dos Estados Unidos atingiram números recordes nos últimos anos, a maioria vinda da América Central e do México.
(Com informações da AFP)
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