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Acidente com caminhão que transportava migrantes deixa ao menos 53 mortos no México

Ao menos 53 migrantes em situação irregular, a maioria deles originários da Guatemala, morreram em um acidente rodoviário no sul do México na quinta-feira (9). O governo mexicano está mais do que nunca entre a pressão da crise imigratória dos países vizinhos e o rigor dos Estados Unidos.

Dezenas de feridos foram transportados aos hospitais do sul do México na quinta-feira (9).
Dezenas de feridos foram transportados aos hospitais do sul do México na quinta-feira (9). via REUTERS - El La Mira
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Segundo as autoridades mexicanas, outras três pessoas ficaram gravemente feridas e correm risco de morte. Um balanço preliminar indicou que 40 migrantes haviam se machucado no acidente perto de Tuxtla Gutierrez, no sul do país. 

A tragédia ocorreu em uma estrada no estado de Chiapas, perto da fronteira com a Guatemala, o principal ponto de entrada de migrantes ilegais no México. Um caminhão em alta velocidade transportando mais de 100 pessoas na carroceria colidiu contra um muro. As causas do acidente ainda não foram divulgadas.

"Segundo o testemunho dos sobreviventes, a maioria das pessoas é originária da Guatemala", indicou o diretor regional da Proteção Civil, Luis Manuel Garcia. No entanto, entre as vítimas há outras nacionalidades da América Central.

Cobertos com lençóis brancos, os cadáveres foram enfileirados na estrada, em meio a uma intensa mobilização de ambulâncias e socorristas. Os feridos foram transportados aos hospitais da região, enquanto o Instituto Nacional de Migração informou que trabalha para "identificar os corpos, cobrir os gastos com os funerais e facilitar a repatriação dos cadáveres".

Imagens exibidas na televisão mostraram ambulâncias, bombeiros e equipes de resgate no local, enquanto alguns feridos, em choque, aguardavam por atendimento médico.

Assistência às vítimas

"Lamento profundamente a tragédia causada em um acidente com um caminhão em Chiapas, que transportava migrantes centro-americanos. É muito doloroso. Abraço as famílias das vítimas", escreveu no Twitter o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador.

"Me solidarizo com os familiares das vítimas, a quem oferecemos toda a assistência consular necessária, inclusive com repatriações", declarou o presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei, na mesma rede social.

O acidente ocorreu três dias depois da reativação, por ordem judicial, de um programa dos Estados Unidos que obriga os migrantes a esperar no México por uma resposta aos seus pedidos de asilo.

"Precisamos de alternativas migratórias e vias legais para evitar tragédias como esta", afirmou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). Já para a Organização Internacional para as Migrações (OIM), é urgente colocar um fim aos programas americanos de extradição de pessoas, "desumanos e contrários ao direito internacional". 

Tráfico humano no México

O transporte de migrantes em caminhões é um dos métodos mais comuns usados pelos traficantes para deslocar as pessoas pelo território mexicano, com o objetivo de chegar à fronteira norte do país e tentar atravessar para os Estados Unidos. Segundo viajantes que aguardam na fronteira entre os dois países, esta modalidade também é uma das mais temidas.

Migrantes contam que, no trajeto, passam horas trancados nas carrocerias dos caminhões sem ventilação e evitando beber água para não ter que urinar. Raramente os motoristas respondem aos pedidos para interromper a viagem. Por isso, muitos chegam a morrer sufocados antes de chegar ao destino final. 

O México registrou neste ano chegadas recordes de pessoas vindas principalmente de Honduras, El Salvador e Haiti. De janeiro a outubro, foram 108.195 pedidos de asilo. 

Já os Estados Unidos endurecem cada vez mais as regras imigratórias. Segundo o secretário de Estado Antony Blinken, o objetivo é convencer as pessoas a não se aventurarem nos perigosos trajetos. 

(Com informações da AFP

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