Facebook exclui Neymar e outras celebridades de regras de publicação, denuncia jornal
O Facebook exime celebridades, políticos e outros usuários seletos de algumas de suas regras de publicação, como parte de um programa lançado como um mecanismo de controle de qualidade. A revelação, feita nesta segunda-feira (13) pelo jornal "Wall Street Journal" (WSJ), gerou uma série de reações da rede social.
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O programa, conhecido como "verificação cruzada", ou "XCheck", protege milhões de usuários de elite das regras que o Facebook afirma aplicar igualmente a todos na rede social, aponta o artigo, que cita documentos internos.
O porta-voz do Facebook, Andy Stone, defendeu o programa em uma série de tuítes, embora tenha assinalado que o gigante das redes sociais está ciente de que a aplicação de suas regras "não é perfeita". "Não existem dois sistemas de justiça; é uma tentativa de proteção contra erros", publicou Stone no Twitter, em resposta ao artigo do WSJ.
In the end, at the center of this story is Facebook's own analysis that we need to improve the program. We know our enforcement is not perfect and there are tradeoffs between speed and accuracy.
— Andy Stone (@andymstone) September 13, 2021
O artigo cita exemplos de publicações feitas por personalidades como Neymar, que compartilhou imagens de uma mulher nua que o acusou de estupro, as quais o Facebook acabou removendo posteriormente. Mas o jogador fazia parte da lista de celebridades que recebem tratamento diferenciado da rede social.
Um padrão duplo para a moderação de conteúdo desafiaria as garantias que o Facebook deu a uma junta independente estabelecida como árbitro final nas disputas sobre o que pode ser publicado na rede social mais usada no mundo. "A Junta de Supervisão expressou em múltiplas ocasiões sua preocupação com a falta de transparência nos processos de moderação de conteúdo do Facebook, especialmente aqueles relacionados ao gerenciamento inconsistente de contas de alto perfil", disse o porta-voz da junta, John Taylor.
Content moderation is imperfect. An extra layer of checks for sensitive situations so we don't make mistakes is logical and does not equate to exempting from rules. We've talked about this for years and there's no news here, despite how much WSJ wants it to seem like there is. https://t.co/7ojY2rU8Jk
— Guy Rosen (@guyro) September 13, 2021
O artigo do WJS reporta que alguns usuários estão incluídos em uma "lista branca", por meio da qual recebem proteção contra descumprimentos, enquanto, em outros casos, a revisão de conteúdo potencialmente problemático simplesmente não é feita. O XCheck cresceu até incluir pelo menos 5,8 milhões de usuários em 2020, segundo o artigo.
Em uma publicação de três anos atrás sobre a verificação cruzada, o Facebook indica que isso não protege o perfil, a página ou o conteúdo de ser removido, "apenas é feito para garantir que nossa decisão seja a correta".
Com informações da AFP
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