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Louisiana vai demorar a se recuperar após passagem de furacão Ida, mas prevenção fez diferença

Nova Orleans continua às escuras nesta terça-feira (31) e pode permancer assim. A falta de energia elétrica é uma das consequências da passagem do furacão Ida, que deixou dois mortos. Os danos materiais são considerados como catastróficos. No entanto, dezesseis anos após o furacão Katrina, as autoridades estavam melhor preparadas para a emergência e as pessoas foram retiradas em massa de suas casas.

Uma mulher e seu cachorro observam os escombros de sua casa, destruída pelo furação Ida. Na Louisiana, 30 agosto de 2021.
Uma mulher e seu cachorro observam os escombros de sua casa, destruída pelo furação Ida. Na Louisiana, 30 agosto de 2021. VIA REUTERS - SCOTT CLAUSE
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Thomas Harms, correspondente da RFI em Houston.

O estado americano da Louisiana contabiliza os estragos provocados pela passagem do furacão Ida, antes de começar a tarefa de recuperar tudo o que foi destruído pelas fortes chuvas. Duas mortes foram confirmadas: a de um homem de 60 anos, que morreu na queda de uma árvore caiu sobre a sua casa, e outro que se afogou ao tentar dirigir seu veículo em uma área inundada em Nova Orleans.

O balanço de danos materiais inclui centenas de árvores arrancadas, telhados destruídos, carros arrastados pela água. Redes de telefonia celular e de eletricidade também foram danificadas e falta luz na área de Nova Orleans: mais de um milhão de residências ainda estavam sem eletricidade na noite de segunda-feira (30), de acordo com o site especializado poweroutage.us. A maioria dos cabos não era enterrada, mas conectada por postes elétricos que ruíram.

Com ventos de 240 km/h, o furacão Ida atingiu a costa da Louisiana no domingo (29). De acordo com o governador do estado, John Bel Edwards, poderá levar dias ou até semanas para a energia ser restaurada. “Os danos são catastróficos. E vai demorar um pouco antes que possamos consertar tudo”, disse ele em uma teleconferência com o presidente Joe Biden. “Restabelecer a energia é fundamental para nós," completou.

A situação é ainda mais crítica porque os estados do sul dos Estados Unidos registram temperaturas que ultrapassam os 35 graus, nessa época de verão no hemisfério norte.

Pelo menos três hospitais foram esvaziados devido à falta de eletricidade. Os serviços de emergência são solicitados a toda hora. A Guarda Nacional salvou cerca de 200 pessoas em perigo, que haviam se refugiado no telhado ou no sótão para evitar as enchentes. As operações de resgate ainda estão em curso, principalmente ao sul de Nova Orleans, em Laplace e Lafitte.

Situação mudou desde o Katrina

Muriel Aveline, uma guia turística francesa da Louisiana, mora em Metairie, nos arredores de Nova Orleans. Em casa, sem eletricidade, sem internet e sem água encanada, ela optou por não abandonar o imóvel porque, segundo descreve, a situação mudou desde o furacão Katrina há dezesseis anos. “Na ocasião do Katrina eu deixei a cidade, mas desta vez me senti em segurança”, diz. “Eu sei tudo o que foi feito para proteger a cidade. Mesmo que não exista risco zero, pois isso não é possível, grandes bombas foram ativadas para evitar que a água invadisse a cidade. Inúmeras obras foram feitas, muito dinheiro foi investido. Todo mundo sabia que os problemas dessa vez seriam menores”, acrescenta.

Apesar da prevenção, cenas de desolação se tornaram comuns neste estado americano, onde há um furacão atrás do outro. E à medida em que a superfície do oceano esquenta, as tempestades ficam mais fortes, alertam os cientistas, aumentando os riscos para as comunidades costeiras.

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