Acessar o conteúdo principal

Uma semana após eleição, Peru continua sem saber quem será seu novo presidente

O Peru completou uma semana neste domingo (13) sem saber quem será seu novo presidente. O candidato de esquerda Pedro Castillo mantém uma ligeira vantagem na lenta contagem, mas a candidata de direita Keiko Fujimori insiste em denunciar uma "fraude" no pleito. 

Partidários de Keiko Fujimori protestam nas ruas de Lima, alegando fraude na eleição presidencial, cujo resultado segue incerto uma semana após o pleito.
Partidários de Keiko Fujimori protestam nas ruas de Lima, alegando fraude na eleição presidencial, cujo resultado segue incerto uma semana após o pleito. AP - Martin Mejia
Publicidade

Castillo lidera por 49.000 votos, após a contagem de 99,93% das mesas de votação. A Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) considerou o pleito sem "irregularidades graves".

Fujimori mobiliza seus seguidores para que denunciem nas ruas as "fraudes" e "fatos gravíssimos" na votação e na apuração. Castillo, por sua vez, se considera vencedor e pediu aos partidários, na noite de sábado (12), "paciência" e "serenidade". Ele também pediu "para não cair na provocação, já que estamos em um momento crítico."

O Júri Eleitoral Nacional (JNE), que analisa a contagem do órgão eleitoral (ONPE) e proclama o vencedor, está sob pressão de apoiadores de ambos os candidatos, que se manifestam diariamente diante de sua sede, no centro de Lima. O órgão ainda não decidiu sobre os pedidos de contestação de milhares de votos e centenas de atas das assembleias de voto.

"Keiko pode ainda diminuir a diferença, mas é muito difícil alcançá-lo. O resultado pode mudar, não é impossível, mas está cada vez mais difícil", disse a cientista política Jessica Smith. "No caso de Keiko reverter o resultado, quem vai acusar de fraude são os partidários de Castillo", disse.

O analista Hugo Otero afirma que Fujimori, diante do que parece ser uma vitória iminente de Castillo, tenta lançar dúvidas sobre a legitimidade do processo eleitoral. "É a maneira de livrar-se do fracasso, da queda", disse o ex-assessor do ex-presidente Alan García.

Odebrecht

Na noite de sábado, Fujimori participou de uma manifestação colorida e barulhenta com milhares de seguidores na Plaza Grau, em Lima, onde repetiu suas alegações de fraude. "Estamos aqui para respeitar o nosso voto, para que a ata seja analisada. Queremos uma eleição transparente", disse a candidata de 46 anos, que terá de ir a julgamento por suposta lavagem de dinheiro se perder a eleição.

Um promotor pediu sua prisão preventiva na quinta-feira (10), por supostamente violar as regras de sua liberdade condicional pelo caso de contribuições ilegais da Odebrecht. O pedido do promotor, que será decidido por um juiz em 21 de junho, aumentou a tensão em meio à lentidão da contagem, em um país atolado em convulsões políticas por um período de cinco anos. O Peru teve três presidentes em 2020.

Toda a tensão gerada após a votação se soma aos danos causados pela pandemia, que deixa 188.000 vítimas fatais no país com a maior taxa de mortalidade por Covid-19 do mundo.

(Com informações da AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.