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Ex-policial acusado de matar George Floyd pede anulação do veredito em Minneapolis

O ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin, considerado culpado do assassinato do afro-americano George Floyd, pediu nesta terça-feira (4) que o veredito seja anulado. Um dos argumentos usado pelo policial foi a "conduta inadequada" do júri.

Manifestantes carregam cartazes com imagens de George Floyd, perto do tribunal de Minneapolis
Manifestantes carregam cartazes com imagens de George Floyd, perto do tribunal de Minneapolis AP - Morry Gash
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O pedido foi apresentado após a divulgação de uma fotografia de um dos membros do júri em uma manifestação contra o racismo que não foi mencionada pela defesa.

O advogado de Chauvin, Eric Nelson, pediu "uma audiência para cancelar o veredito. Segundo ele, "ameaças, intimidação e pressão podem ter pesado, ou o não cumprimento das instruções durante as deliberações do júri", diz o documento enviado à Justiça. Nelson também declarou que o juiz se recusou a mudar o local do julgamento e isolar os jurados que, segundo ele, foram influenciados pela cobertura da mídia sobre o caso.

Após três semanas de debate e uma breve deliberação do júri de 12 membros, Chauvin – que foi filmado ajoelhado no pescoço de Floyd por mais de nove minutos – foi condenado pelo assassinato de Floyd em 20 de abril e imediatamente preso. A sentença deve ser anunciada no dia 25 de junho.

Pouco mais de uma semana após o veredito histórico, um dos jurados, Brandon Mitchell, um homem negro de 31 anos, deu várias entrevistas, com o objetivo de incentivar os afro-americanos a fazerem parte de júris. "Como votar, isso pode ajudar a trazer mudanças", disse ele.

Mitchell é um dos dois únicos membros do júri que foram publicamente identificados desde o julgamento. Após as entrevistas, uma foto viralizou nas redes sociais. Nela, é possível ver Mitchell usando uma camiseta com a imagem do líder dos direitos civis Martin Luther King Jr ao lado da frase "Tire seu joelho de cima de nossos pescoços" e a sigla "BLM", do movimento Black Lives Matter.

Antes de serem escolhidos, em um questionário, os candidatos a jurados tiveram que responder se haviam participado de algum dos protestos contra a brutalidade policial que se seguiram à morte de Floyd, em 25 de maio de 2020.

Mitchell respondeu que não e que poderia servir no júri com imparcialidade. Em declarações ao jornal Minneapolis Star Tribune, ele afirmou que a foto foi tirada em uma passeata da qual compareceu em Washington em agosto de 2020, para homenagear o aniversário do famoso discurso "Eu tenho um sonho" de Martin Luther King.

Resposta "correta"

Jeffrey Frederick, um especialista em seleção do júri, argumentou que a resposta de Mitchell pode ser "tecnicamente correta", já que o evento em Washington foi anunciado como uma celebração, e não uma manifestação.

"Agora, cabe ao juiz interrogá-lo novamente para ver se ele teve algum preconceito ou se ele mentiu, e decidir se é sério o suficiente para afetar o resultado do julgamento." O especialista, porém, considerou improvável a realização de um novo julgamento.

Chauvin pode pegar até 40 anos de prisão pela acusação mais grave: homicídio em segundo grau.

(Com informações da AFP)

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