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Opinião : Posse de Biden marca mudança brusca nos rumos dos Estados Unidos

Esta terça-feira (20) marca uma mudança brusca como há muitos anos não se via na política americana. A posse de Joe Biden significa não somente a chegada de um novo presidente, mas também o início de um novo momento na política americana, que envolverá uma renovação total, interna e externa, de mensagens, posicionamentos, políticas públicas e alianças. 

O presidente eleito Joe Biden durante um evento no Queen Theatre, sábado 16 de janeiro de 2021, em Wilmington.
O presidente eleito Joe Biden durante um evento no Queen Theatre, sábado 16 de janeiro de 2021, em Wilmington. AP - Matt Slocum
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Thiago Aragão, de Washington

Biden não só representa um Democrata no lugar de um Republicano, mas uma visão de mundo completamente distinta a que vimos nos últimos 4 anos.

A Covid é a batalha urgente e iminente. Mesmo com a vacina, os casos nos Estados Unidos estão acelerando, tendo, inclusive, superado 4 mil mortes por vários dias na última semana.

A promessa de vacinar 100 milhões de pessoas em 100 dias é bastante ambiciosa, mas, caso funcione, poderá colocar Biden em uma situação confortável perante a opinião pública para poder avançar com outras agendas.

Reformular narrativa para aliados e para o mundo

A narrativa para o mundo e, principalmente para seus aliados, é algo que precisará de uma reformulação pesada em comparação com Donald Trump.

Durante o seu mandato, o Republicano afastou aliados históricos dos americanos e isso prejudicou o andamento de uma agenda internacional que tinha foco em isolar a China.

No fim, a China fechou um acordo comercial importante com a União Europeia, conquistou um espaço no Oriente Médio que não tinha, consolidou sua posição de influência na América Latina e África, além de fortaceler-se internamente ao redor da liderança de Xi Jinping. Biden quer reverter isso com aliados, e não na forma como Trump tentou: unilateralmente.

Para que isso funcione, o mundo precisa renovar sua confiança nos pilares democráticos históricos dos EUA. O episódio surreal do dia 6 de janeiro, quando partidários de Trump invadiram o Capitólio, precisa se tornar um exemplo do que passou e não um risco do que pode vir a acontecer novamente.

Amenizar a polarização interna é uma das prioridades principais de Biden após a contenção do vírus e a expansão do plano de vacinação. Para isso, a recuperação econômica é um ponto chave, já que na visão de membros da sua equipe com os quais conversei nas últimas semanas, a recuperação econômica aplacará o sentimento de divisão entre os mais aguerridos apoiadores de Trump.

 

 

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