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Principal conselheiro médico de Trump alerta sobre grave risco do fim do confinamento nos EUA

O renomado epidemiologista americano Anthony Fauci alertou nesta terça-feira (12) sobre as "graves" consequências em suspender prematuramente o confinamento decretado devido à pandemia de coronavírus. A declaração foi feita durante uma audiência virtual dos senadores americanos.

Anthony Fauci, principal conselheiro médico do governo Trump, integra uma comissão que comparece nesta terça-feira (12) virtualmente ao Senado americano, para debater sobre a crise sanitária que deixou mais de 80.000 mortos por coronavírus nos Estados Unidos.
Anthony Fauci, principal conselheiro médico do governo Trump, integra uma comissão que comparece nesta terça-feira (12) virtualmente ao Senado americano, para debater sobre a crise sanitária que deixou mais de 80.000 mortos por coronavírus nos Estados Unidos. AFP/File
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O principal conselheiro médico do governo Trump - muito popular nos Estados Unidos por passar uma mensagem de confiança e serenidade - faz parte de uma comissão que comparece virtualmente ao Senado nesta terça-feira, para debater sobre a crise sanitária que deixou mais de 80.000 mortos no país.

Diante dos senadores, Fauci disse estar preocupado com o fato de alguns estados ou cidades avançarem no relaxamento do confinamento, sem seguir uma diretriz do governo que recomenda esperar por uma queda expressiva nos casos da doença por duas semanas.

"Se uma comunidade, estado ou região não seguir essas diretrizes e reabrir as consequências podem ser muito graves", disse o especialista em um momento em que os Estados Unidos são o país que mais registra mortes na pandemia. "Isso paradoxalmente nos faria retroceder, acrescentando mais sofrimento e mortes que são evitáveis", alertou.

Número de óbitos pode ser maior

Fauci também advertiu que o número de mortos pode ser maior do que mostram os balanços oficiais. Ele citou como exemplo Nova York, onde pode haver casos de pessoas que morreram de coronavírus em suas casas, devido à saturação dos serviços de saúde.

Os especialistas participaram da audiência por videoconferência, já que se encontram em quarentena devido ao fato de vários funcionários da Casa Branca terem contraído o coronavírus. Os poucos legisladores fisicamente presentes no Senado apareceram com o rosto coberto por uma máscara e se cumprimentaram tocando os cotovelos, seguindo as recomendações de saúde.

O evento no Senado, dominado pelos republicanos, ocorreu depois que Trump bloqueou uma audiência diante de uma comissão da Câmara dos Deputados, onde os democratas são maioria.

Antes de começar, o presidente do comitê de Saúde do Senado, Lamar Alexander, procurou evitar uma tensão excessiva. "Ao invés de gastarmos muito tempo apontando dedos, gostaria de dizer que quase todos aqui subestimamos o vírus", afirmou o senador republicano, que também participou virtualmente da audiência porque está em quarentena.

Antes da sessão, Fauci disse ao jornal New York Times que sem os devidos procedimentos de protocolo para finalizar a quarentena nos Estados Unidos, existe o risco de haver múltiplos focos da doença. "A principal mensagem que quero transmitir é o perigo de tentar reabrir o país prematuramente", afirmou o médico ao diário.

Trump defende fim do confinamento

O presidente americano começou o dia com tuítes defendendo sua gestão da crise e afirmando que a capacidade de detecção da Covid-19 dos Estados Unidos "é a melhor do mundo". "Os números estão caindo na maior parte do país, que quer se abrir e voltar aos trilhos. É o que está acontecendo. E está acontecendo com segurança!", afirmou.

Trump defende que a reabertura da economia aconteça o quanto antes, depois que o desemprego subiu para 14,7% em dois meses e o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre contraiu 4,8%, comprometendo suas chances nas eleições de novembro.

Apesar de a situação ter melhorado em Nova York - principal foco da doença nos Estados Unidos - os progressos têm sido escassos em outros estados e o vírus conseguiu entrar na própria Casa Branca, forçando Trump a admitir que teve que limitar o contato com o vice-presidente Mike Pence.

(Com informações da AFP)

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