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Peru

Sob aplausos de simpatizantes, Keiko Fujimori deixa a prisão no Peru

Após decisão do Tribunal Constitucional do Peru, Keiko Fujimori deixou a prisão na noite de sexta-feira (29). O marido e simpatizantes aguardavam sua libertação com impaciência.

Keiko Fujimori e o marido, Mark Vito Villanella, na saída da prisão Chorillos, na noite de sexta-feira (29).
Keiko Fujimori e o marido, Mark Vito Villanella, na saída da prisão Chorillos, na noite de sexta-feira (29). REUTERS/Guadalupe Pardo
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Com informações do correspondente da RFI em Lima, Wyloën Munhoz-Boillot

A ex-candidata à presidência, Keiko Fujimori, deixou a prisão para mulheres de Chorillos em torno das 20h30 de Lima (22h30 de Brasília) na sexta-feira. Sob gritos de alegria e aplausos, ela foi acolhida pelo marido, Mark Vito Villanella, amigos e simpatizantes.

A chefe dos "fujimoristas" conversou rapidamente com a imprensa, definindo os 13 meses de prisão como "o incidente mais doloroso" de sua vida. "O TC corrigiu um dano que nos fizeram. Seguirei enfrentando esta investigação, como sempre o fiz", disse, ao deixar a detenção.

Keiko, de 44 anos, também afirmou que, antes de dar continuidade à carreira política, pretende reencontrar toda a família. "Depois decidiremos a segunda etapa da minha vida, mas é preciso deixar os ódios para trás", reiterou.

Na multidão de simpatizantes que gritavam "Keiko presidente!", a emoção era regra. Rosa, entrevistada pela RFI, chorou de emoção ao avistar a dirigente. "Faz mais de um ano que esperávamos por isso. Vencemos!", comemorou.

Ex-parlamentares fujimoristas também marcaram presença, como Milagros Takayama, do partido de Keiko, o Força Popular. "Estou muito contente. Finalmente justiça foi feita. Keiko está livre e nós esperamos vê-la ao nosso lado em breve", declarou.

Escândalo Odebrecht

Filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), Keiko chegou a ser considerada como a política mais poderosa do Peru. Ela foi candidata à presidência pelo partido Força Popular duas vezes, em 2011 e 2016.

Em 31 de outubro de 2018, foi colocada sob prisão preventiva por supostamente interferir nas investigações do Ministério Público no escândalo de corrupção da empreiteira Odebrecht. A companhia confessou ter distribuído ilegalmente milhões de dólares entre membros da classe política peruana, entre eles, quatro ex-presidentes.

Para evitar mais interferências nas investigações, o promotor José Domingo Pérez solicitou ao tribunal 36 meses de prisão preventiva para Keiko. Em seguida, o período foi reduzido para 18 meses pelo Supremo Tribunal.

Na última segunda-feira (25), o Tribunal Constitucional do Peru concordou com um recurso em favor da liberdade da líder, anulando o pedido de prisão preventiva que ela cumpria. O anúncio revoltou milhares de peruanos, que saíram às ruas de Lima para exigir a permanência de Keiko na detenção. A decisão da corte não anulou, no entanto, a acusação contra ela. As investigações sobre a suposta interferência da chefe fujimorista no caso Odebrecht continuam, em meio ao caos político que vive o Peru.

O atual presidente, Martin Vizcarra, convocou eleições antecipadas para o dia 26 de janeiro, depois da dissolução do Parlamento no último 30 de setembro: um cenário complexo que incita ainda mais a desconfiança da população em sua classe política.

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