Ferguson vive mais uma noite de tensão
A tensão continua forte em Ferguson, palco de novas manifestações na noite desta quinta-feira (12) contra a violência policial. Centenas de jovens se reuniram em frente à delegacia de polícia e bloquearam a principal rua da cidade. Horas antes, uma vigília de quase uma hora pediu a volta da calma.
Publicado em: Modificado em:
A prefeitura de Ferguson anunciou que a polícia do condado de Saint Louis e policiais rodoviários do estado de Missouri assumiram a segurança da cidade desde o final da tarde de ontem.
As buscas continuam para identificar e prender o atirador ou os atiradores que feriram dois policiais na quarta-feira. Os disparos foram feitos após um protesto para comemorar a demissão de um chefe de polícia local, acusado de práticas racistas por um relatório do ministério da Justiça americano.
Há vários meses Ferguson vive sob tensão, desde que o policial Darren Wilson matou, em agosto do ano passado, Michael Brown, um adolescente negro de 18 anos, em uma blitz para controle dos documentos de identidade. Wilson se demitiu e escapou da condenação por "falta de provas".
Investigação federal
Uma investigação federal foi aberta depois do assassinato do jovem. Um dos relatórios desta operação mostrou estatísticas importantes que ressaltam a desigualdade de tratamento da polícia com os negros, em relação aos brancos.
Além disso, o segundo relatório indicou que "sob pressão da prefeitura de Ferguson", a polícia deixou de ser um órgão público, para se tornar "uma ferramenta para ganhar dinheiro". Sob a nova política, o número de multas aumentou consideravelmente na cidade, especialmente para penalizar a população negra.
O ministro da Justiça dos Estados Unidos, Eric Holder, que coordena o relatório sobre os abusos da polícia contra a comunidade negra de Ferguson, condenou o ataque contra os policiais, classificando-os de "repugnantes". "Esses atos covardes e nojentos aconteceram para tentar frear os progressos que obtivemos. Espero que isso não aconteça", declarou.
Ontem, o presidente americano Barack Obama disse que não havia motivo algum para justificar os atos criminosos cometidos à margem dos protestos contra a discriminação racial da polícia local.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro