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Nicarágua/Ortega

Daniel Ortega inicia 4° mandato na Nicarágua com esposa como vice

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, toma posse nesta terça-feira (10) para o seu quarto mandato, tendo a esposa Rosario Murillo como vice-presidente, com o controle do parlamento, mas limitado economicamente pela ajuda cada vez menor da Venezuela.

Cartazes da campanha presidencial, com fotos de Ortega e Murillo.
Cartazes da campanha presidencial, com fotos de Ortega e Murillo. Foto: Reuters
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Há anos eles governam a Nicarágua juntos, mas a partir de agora será oficial. Ortega e a mulher, a poetisa Rosario Murillo, assumirão as rédeas de um dos países mais pobres da América Latina visando, segundo seus detratores, estabelecer um poder dinástico.

"É a primeira vez que um casal assume como presidente e vice-presidente na história da Nicarágua e o segundo caso que se conhece no continente, depois de Juan Domingo Perón e sua esposa Isabelita na Argentina", afirmou à AFP o analista e ex-embaixador na OEA Carlos Tünnermann.

Ortega, de 71 anos - que governou durante a revolução sandinista entre 1979 e 1990 e voltou ao poder em 2007-, foi eleito em novembro, para um terceiro período consecutivo, com 72,5% dos votos, enquanto que seu partido - a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) - obteve 71 das 92 cadeiras no parlamento unicameral.

O líder sandinista prestará juramento em um ato solene na Praça da Revolução, no centro antigo de Manágua, diante de convidados estrangeiros, entre os quais, a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen.

Mas o panorama econômico é complicado para Ortega, devido à redução da cooperação venezuelana e ameaça de legisladores dos Estados Unidos de impulsionar uma lei que condicionaria os empréstimos de organismos multilaterais a mudanças políticas por Manágua.

Preço de petróleo diminui ajuda venezuelana

Entre 2007 e 2016, a cooperação venezuelana somou US$ 4,8 bilhões, em virtude de um acordo de fornecimento de petróleo em condições vantajosas para Manágua. Os fundos da generosa cooperação de Caracas permitiram a Ortega impulsionar programas sociais que reduziram a pobreza de 45% a 29% da população, segundo cifras oficiais confirmadas pelo Banco Mundial.

No entanto, depois da queda dos preços do petróleo, o fluxo dessa ajuda caiu em mais de 50%. Por outra parte, as denúncias da oposição sobre violações dos direitos humanos e uma suspeita de fraude nas eleições são muitas e ameaçam a estabilidade de Ortega.

A posse de Donald Trump na Casa Branca poderá piorar a situação econômica da Nicarágua, considerando as que as medidas protecionistas do novo presidente anuncia, afirmuo o economista e consultor Adolfo Acevedo. "Agora mesmo há uma grande preocupação na indústria na Nicarágua sobre o que vai acontecer na indústria automotiva do México como efeito das políticas protecionistas de Trump", destacou Acevedo.

Na Nicarágua, empresas estrangeiras operam sob o regime de zona franca, fornecendo peças a montadoras sediadas no México, algumas das quais já anunciaram a saída desse país.

(com informações da AFP)

 

 

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