Prisão de ativistas relança debate sobre métodos do Greenpeace
Publicado em:
Ouvir - 04:52
A detenção pelas autoridades russas de trinta ativistas do Greenpeace após um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico reacendeu o debate sobre os métodos da ong ecologista baseada na Holanda. Clique em "Ouvir" para conferir a reportagem completa.
Em uma audiência nesta quinta-feira, 26 de setembro de 2013, vários dos ambientalistas tiveram sua prisão preventiva prorrogada por dois meses. Eles podem ser acusados de pirataria, um crime passível de até 15 anos de prisão.
O caso corre o risco de se transformar em um incidente diplomático internacional, pois os ativistas são em sua maioria cidadãos de outros países. Entre eles está a brasileira Ana Paula Maciel, que deverá ficar detida por mais três dias a fim de prestar um novo depoimento.
Segundo Fabiana Alves, coordenadora da campanha de Clima e Energia do Greenpeace no Brasil, a organização busca apoio internacional para obter a libertação de seus militantes. Mas não deixará de realizar ações "pacíficas e criativas" na Rússia ou em qualquer outro país devido a esse tipo de pressão.
Controvérsia
Desde sua criação em 1971, o Greenpeace se tornou conhecido pelas ações de protesto espetaculares, cuidadosamente planejadas para chamar a atenção do público para certas temáticas, como os testes nucleares e os alimentos transgênicos, e fazer com que elas entrem na pauta de discussão dos governos.
"Há uma notável eficiência na mobilização de recursos e no trabalho de comunicação. Eles produzem reportagens sobre suas ações que são entregues à imprensa e muitas vezes divulgadas diretamente", afirma o geógrafo Denis Chartier, professor da universidade de Orléans, que estudou o funcionamento do Greenpeace.
"O problema é que para garantir sua independência, a organização não aceita doações de empresas e governos, mas somente de gente como eu e você. Então esses protestos espetaculares não são somente um meio de ação eficaz, mas também uma necessidade para que o Greenpeace tenha sempre muita visibilidade e consiga recolher fundos a fim de continuar funcionando", acrescenta ele.
"É preciso no entanto notar que o Greenpeace não faz somente esses protestos espetaculares. Eles dão cada vez mais espaço a outros tipos de ação, como o lobby nas instâncias internacionais", explica Denis Chartier.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro