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Abstenção recorde ronda segundo turno das Legislativas na França

O primeiro-ministro francês Édouard Philippe pediu nesta sexta-feira (16) a mobilização dos eleitores para evitar um novo recorde de abstenção no segundo turno das legislativas deste domingo (18) e para legitimar o apoio massivo ao novo partido do presidente Emmanuel Macron.

Pesquisa revela que a abstenção deve ser a grande vencedora do pleito e chegar a 53%, um recorde na 5a República francesa.
Pesquisa revela que a abstenção deve ser a grande vencedora do pleito e chegar a 53%, um recorde na 5a República francesa. REUTERS/Eric Gaillard
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O primeiro turno, no último 11 de junho, registrou um nível recorde de abstenção (51,3%) na França, ao mesmo tempo que marcou um amplo avanço do partido presidencial, República em Marcha (REM), que, segundo a pesquisa divulgada nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Odoxa, deverá levar a maioria absoluta no Parlamento francês: entre 430 e 460 cadeiras, dos 577 assentos disponíveis na Assembleia. O novo estudo também antecipa um nível recorde de abstenção, entre 50% e 56%.

Segundo a pesquisa, 48% dos partidários da esquerda francesa desejam se abster, assim como 35% dos apoiadores da direita, 61% de eleitores que apoiam o partido de extrema-direita Frente Nacional (FN) e 35% dos partidários do partido presidencial República em Marcha .

Entre os jovens eleitores, a abstenção deverá ser mais alta: 61% dos jovens entre 18 e24 anos e 63% daqueles entre 25 e34 anos de idade não deverão comparecer às urnas. Em termos de categorias profissionais, 58% dos empregados e trabalhadores devem abster-se.

Quanto às razões para se abster, 27% dos eleitores franceses afiram que não irão às urnas porque pensam que o resultado da eleição já foi definido antes das urnas e que o partido de Macron deve ganhar, enquanto 24% deles não se reconhecem nos projetos ou personalidades dos candidatos que concorrem.

"Sei por experiência que uma eleição nunca está ganha até o último dia", sublinhou na quinta-feira o primeiro-ministro e chefe do governo francês Édouard Philippe. "Conseguir uma maioria parlamentar para o executivo é um enorme desafio”, declarou Philippe. “Um desafio que ainda não está ganho”, concluiu.

Após uma campanha muito longa, que começou em outubro de 2016, o partido presidencial se prepara agora para pulverizar definitivamente os partidos tradicionais e remodelar a paisagem política do país depois da vitória fulgurante de Emmanuel Macron no último 7 de maio, quando se tornou o mais jovem presidente da França.

Uma maioria absoluta que pode ameaçar a diversidade do debate

“Macron espera que os franceses confirmem no domingo (18) seu desejo de renovação, expressa na eleição presidencial e no primeiro turno das Legislativas”, disse nesta quarta-feira (14) o porta-voz do governo, Christophe Castaner. "O risco de absolutismo não é o que nos espera", completou ele em resposta ao sinal de alerta despertado por uma possível maioria esmagadora do partido de Macron na Assembleia.

"Uma esmagadora maioria corre o risco de esmagar o debate", criticou, no entanto, o ex-ministro e líder dos Republicanos (direita), Francois Baroin, salientando que os candidatos “macronistas”, muitos deles “novatos políticos originários da sociedade civil”, serão eleitos no nome de apenas uma pessoa, "Emmanuel Macron”.

Entre aqueles que ainda estão na corrida nas Legislativas estão a líder da extrema-direita, Marine Le Pen, que lidera as intenções de voto em seu reduto de Henin-Beaumont (ao norte da França); o ex-primeiro-ministro socialista, Manuel Valls, na região de Paris, e o candidato da esquerda radical, França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon na cidade de Marselha (sudeste).

"A força de oposição somos nós; se vocês não votarem conosco, vamos acabar com um partido único de Macron em 570 circunscrições. Isso é loucura (...). Vamos acabar com menos representantes da oposição do que na Rússia", afirmou nesta sexta-feira Mélenchon.
 

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