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APEC/Protecionismo

Cúpula Ásia-Pacífico tem início no Peru com apelo contra protecionismo

A cúpula da Apec foi aberta nesta sexta-feira (18) em Lima com um pedido do presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, para aumentar o comércio e derrotar o protecionismo, em meio ao fortalecimento de tendências protecionistas nos Estados Unidos e na Europa.

Entrada do local onde acontece a cúpula da Apec, em Lima, Peru.
Entrada do local onde acontece a cúpula da Apec, em Lima, Peru. REUTERS/Guadalupe Pardo
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É fundamental que "o comércio mundial cresça novamente e o protecionismo seja derrotado", disse Kuczynski, na sessão inaugural em Lima da cúpula do Fórum de Cooperação Econômico Ásia-Pacífico (Apec), que agrupa 21 nações, entre elas, Estados Unidos, China, Rússia e Japão.

"Nos Estados Unidos e na Grã Bretanha, o protecionismo está assumindo o comando", afirmou o governante, em reunião que acontece sob a influência da vitória eleitoral de Donald Trump e suas advertências protecionistas, além da decisão do Reino Unido de abandonar a União Europeia.

"Os acontecimentos das últimas poucas semanas colocaram outro item na agenda: o comércio. O mundo está hoje sendo desafiado, o comércio mundial deixou de crescer nos últimos dois anos e vemos seus efeitos em todas as partes", disse Kuczynski.

Trump fez campanha contra acordo transpacífico

A vitória do magnata imobiliário na eleição presidencial americana, ausente no encontro de Lima, mas tema de todas as conversas, ameaça pôr fim ao acordo transpacífico (TPP) e relançar medidas de concorrência contra Pequim.

Essa encruzilhada dominará as discussões desse fórum que reúne as 21 economias de ambos os lados do Pacífico que mais beneficiaram da globalização, cada vez mais questionada pela opinião pública na Europa e nos Estados Unidos. Os países da Apec, reunidos até domingo na capital peruana, representam 60% do comércio mundial e 40% da população.

O acordo de livre-comércio TTP foi assinado em 2015 por 12 países (Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Estados Unidos e Vietnã). Foi impulsado pelo governo de Barack Obama, que colocou a região Ásia-Pacífico no centro de sua estratégia econômica, deixando a China de lado. Mas só entrará em vigor caso Washington o ratifique.

Donald Trump, grande apologista do protecionismo e da defesa dos empregos da indústria americana, atacou durante sua campanha o "terrível acordo" de livre-comércio TPP. Também anunciou que iria renegociar o Nafta - em vigor desde 1994 - com o México e o Canadá.

Fracasso do TPP pode beneficiar a China

"Não há dúvida de que se o TPP fracassar, será uma enorme vitória política e econômica da China", declarou à AFP Brian Jackson, economista-chefe para a China da consultora IHS Global Insight. "O fracasso minaria a credibilidade dos Estados Unidos para qualquer futura negociação na região", destaca o analista.
"No terreno econômico, está claro que a China atuará vigorosamente na assinatura de acordos de comércio regionais para assegurar-se de que manterá acessos competitivos aos mercados da região", acrescentou Jackson. "Se o TPP fracassar, isso fortalecerá consideravelmente sua posição negociadora em sua condição de principal fonte alternativa de saída comercial", disse.

Pequim aproveitaria a oportunidade para redesenhar o cenário de trocas econômicos na Ásia, impulsionando seus próprios tratados comerciais, sobretudo seu projeto da Zona de Livre Comércio Ásia-Pacífico (FTAAP), que busca integrar aos 21 membros da Apec.
 

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