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Mistério sobre morte de Guimarães Rosa persiste, 50 anos depois

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A Fundação Calouste Gulbenkian organiza nesta terça-feira (31) uma jornada de estudos sobre o trabalho de Guimarães Rosa. O evento, um dos primeiros que marcam os 50 anos da morte do autor de Grande Sertão: Veredas, celebra a obra do escritor brasileiro, mas também debate sua misteriosa morte.

Marcelo Marinho dá palestra em Paris durante jornada de estudos sobre Guimarães Rosa
Marcelo Marinho dá palestra em Paris durante jornada de estudos sobre Guimarães Rosa RFI
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Rosa morreu três dias após integrar a Academia Brasileira de Letras, em condições que até hoje suscitam o interesse dos estudiosos da obra e da vida do autor. Marcelo Marinho, professor da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) e pesquisador da Sorbonne Nouvelle – Paris 3, é um desse acadêmicos. Ele abre a jornada de estudos na capital francesa com a palestra “Entre l’indicible et l’innommable : la disparition autofictionnelle de João Guimarães Rosa” (“Entre o indescritível e inominável: o desaparecimento autoficcional de João Guimarães Rosa” em tradução livre), uma conferência que tenta dar elementos para entender, ou pelo menos “tornar mais espessa a ambiguidade da existência do autor”, comenta Marinho.

Médico e diplomata, além de escritor, Rosa impressiona os estudiosos por sua polivalência, mas principalmente pela maneira como orquestrou sua vida. “Aos seis anos ele aprendeu francês sozinho, aos nove aprendeu holandês, entrou muito jovem na faculdade de medicina, aprendeu japonês, russo, se tornou diplomata. Era alguém que tinha um controle sobre-humano de sua própria existência”, relata o especialista, lembrando que o escritor falava mais de 20 idiomas. “E ao que parece, mesmo na sua morte ele soube como ter perfeito controle”, analisa. “Esse é um mistério cuja explicação se encontra na própria obra de Rosa”, lança Marinho.

A conferência “D’un Sertão à l’Autre : Guimarães Rosa 50 ans après” (De um sertão a outro : 50 anos após a morte de Guimarães Rosa”, em tradução livre) é promovida pelo Crepal (Centre de recherches sur les pays lusophones de l’Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3), a Associação dos pesquisadores e estudantes brasileiros da França (APEB-Fr, na sigla em francês) e o instituto cultural Alter’brasilis.

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