Brasil e China assinam 20 acordos de cooperação durante visita de Dilma

Cerca de 20 acordos de cooperação foram assinados entre os dois países, entre eles a confirmação da produção de aviões executivos da Embraer em território chinês e a venda de 35 aeronaves do fabricante brasileiro. Dilma Rousseff incentivou a diversificação das exportações e a venda de bens de maior valor agregado para a China durante um seminário com empresários brasileiros.

Dilma Rousseff é recebida pelo presidente chinês Hu Jintao no Palácio do Povo, em Pequim. Reuters

Pouco antes de encontrar o líder chinês, a presidente Dilma Rousseff disse que o Brasil inaugura um novo capítulo nas relações com a China, fundado na reciprocidade. A presidente brasileira deixou claro que o Brasil não quer ser eternamente fornecedor de commodities e bens primários para o mercado chinês. “As exportações brasileiras para a China ainda estão excessivamente concentradas em produtos como minério de ferro, soja, petróleo e celulose. Isso é bom, mas não é o bastante”, disse a presidente durante o discurso de encerramento do seminário que reuniu mais de 300 empresários brasileiros nesta terça-feira em Pequim.

Minha visita à China inaugura um novo capítulo em nossas relações bilaterais

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Dilma Rousseff

Dilma prosseguiu dizendo que nenhum país do mundo pode “aspirar ao isolamento e nem assegurar a prosperidade a expensas de outros”. A estabilidade e o crescimento econômico mundial dependem de um relacionamento equilibrado entre as partes, afirmou a presidente.

O discurso de Dilma frisou a ambição do governo brasileiro em acabar com o que um diplomata chamou nos bastidores de “complexo de vira-lata”. Essa mudança viria pela diversificação da pauta de exportações e a venda bens de maior valor agregado para a China.

Investimentos de 1 bilhão de dólares e 35 aviões vendidos

Segundo diplomatas brasileiros que seguem as relações entre os dois países, houve uma mudança clara de postura da China. Nessa visita, Pequim sinalizou, como nunca antes, o interesse em investir em setores mais estratégicos para o Brasil, assim como identificar novos produtos brasileiros para exportação. De acordo com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, foram negociados em Pequim investimentos de mais 1 bilhão de dólares, que serão feitos tanto no Brasil quanto na China, além de acordos comerciais da ordem de 120 milhões de dólares.

A brasileira Embraer confirmou que vai começar a produzir aviões executivos no país e que obteve licença do governo chinês para a venda 45 unidades de seus jatos E-190.