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Documentário relembra 40 anos da conquista de Roland Garros pelo francês Yannick Noah

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Noah foi o último francês a erguer o troféu de campeão do prestigioso Grand Slam. Para comemorar a data e o feito históricos, a Federação Francesa de Tênis preparou uma série de eventos em homenagem ao ex-atleta, incluindo uma “Jornada Noah” neste sábado (27), com animações durante todo o dia na presença do ex-atleta. No mesmo dia, será lançado oficialmente o documentário realizado para lembrar a conquista de 1983.

Yannick Noah, vencedor de Roland Garros em 1983, ap♀s vencer o sueco Mats Wilander.
Yannick Noah, vencedor de Roland Garros em 1983, ap♀s vencer o sueco Mats Wilander. (Photo: AFP)
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Dividido em três episódios, o documentário “Tous les autres s’appelent Noah” (Todos os outros se chamam Noah, em tradução livre) é dirigido por Benjamin Rassat, que testemunhou das arquibancadas da quadra central do complexo esportivo, junto com seus familiares, o momento que entrou para a história do esporte francês.  “Eu estava com meus pais vendo a final, foi uma grande emoção. Acho que tenho o filme na minha cabeça há 40 anos”, brinca o cineasta.

Rassat optou por reviver a trajetória da conquista inédita por meio do ponto de vista dos sete adversários de Noah até a vitória final. “O ângulo do adversário é muito interessante no jogo de tênis, que é de oposição, de um espelho. Cada jogador tem a sua maneira de tocar a bola e de trabalhar a bola do outro”, justifica.  

O cineasta comentou que o trabalho de contatar os sete adversários, todos com mais de 60 anos, foi difícil e exigiu paciência e muitas viagens. O documentarista passou por países como Austrália, Estados Unidos e Suécia para realizar todas as entrevistas exibidas na ordem dos confrontos. Desde o primeiro adversário de Noah, o sueco Anders Järryd, passando na sequência pelo paraguaio Victor Pecci, o americano Pat Dupré, o australiano John Alexander, o tcheco naturalizado americano Ivan Lendl, o francês Christopher Roger-Vasselin até o oponente da final, o sueco Mats Wilander.

“Encontrar essas pessoas para falar de seu jogo e dos outros jogos do Yannick durante os 15 dias do torneio foi uma maneira de falar do Yannick, mas também do tênis, que é um esporte muito especial. É como fazer boxe com raquete, você trabalha o adversário, tenta ver sua fragilidade”, diz. “No final, você tem um retrato do Yannick muito pessoal, através de uma visão profissional, pois eles eram colegas de trabalho”. 

Segundo o diretor do filme, Ivan Lendl foi o último e mais difícil de convencer a participar, em grande parte pela rivalidade entre os dois atletas. O tcheco naturalizado americano foi o adversário das quartas de final e gravou sua participação após saber que todos os outros adversários também tinham falado sobre Noah. “Ivan tinha um grande respeito por Yannick. Os dois eram muito diferentes, até mesmo em relação ao próprio tênis”, afirma Rassat. Os dois ex-jogadores se enfrentaram muitas vezes com vitórias e derrotas para os dois lados. Mas no torneio de Roland Garros, em 1983, Lendl teve “medo” do francês, segundo o documentarista, atribuindo em parte o apoio que Noah teve do público durante o torneio.

 

O cineasta Benjamin Rassat.
O cineasta Benjamin Rassat. © RFI

"Único no mundo"

O documentário resgata o momento muito especial para toda a França, já que Yannick Noah quebrou um longo jejum, pois desde 1946 um tenista do país não erguia o troféu de campeão Roland Garros, realizado na capital francesa.

“Foi uma França inteira que estava esperando essa vitória. O país não ganhava nada e ele foi o primeiro. Para mim, ele representa ‘a França que ganha’”, ressaltou.

Yannick Noah foi entrevistado para o documentário em Yaundé, no Camarões, onde vive durante seis meses do ano e é líder do vilarejo de Etoudi, terra de seus ancestrais e onde o cineasta Benjamin Rassat passou cinco dias para registrar o momento em que o ex-atleta se dirige aos ex-adversários e revive a trajetória que o levou à consagração do título, em 5 de junho de 1983. “A cena foi registrada de madrugada, com um clima muito especial, em respeito à maneira dele falar e escolher as palavras precisas para dizer 'obrigado'”, resume o cineasta, que não esconde a admiração pela trajetória profissional e pessoal de Yannick Noah.

“Primeiramente ele foi um grande jogador, extremamente talentoso e com uma capacidade de jogar um tênis diferenciado para a época de uma maneira muito diferente. Ele foi o último grande atacante jogando Roland Garros e depois se tornou um grande e imenso cantor, do mesmo nível e dimensão do jogador de tênis.  Isso é único no mundo e deve ser lembrado”, afirma.

O documentário “Tous les autres s’appelent Noah” com os três episódios da série ficará disponível gratuitamente no site YouTube nas versões em francês e inglês.  

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