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Babaioff traz a premiada peça 'Tom na Fazenda' para o Festival de Avignon

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O espetáculo “Tom na Fazenda” (no original em francês “Tom à la ferme”, do autor canadense Michel Marc Bouchard) fez carreira no Brasil há cerca de quatro anos, arrebatando uma série de prêmios como o Shell e o Cesgranrio de melhor ator e melhor diretor respectivamente para Armando Babaioff e Rodrigo Portella. Mas foi o prêmio da crítica em Québec, no Canadá, que escancarou a porta para o Festival de Avignon, o maior encontro de artes cênicas do mundo.

Cena da peça "Tom na Fazenda", em cartaz no Festival de Avignon 2022.
Cena da peça "Tom na Fazenda", em cartaz no Festival de Avignon 2022. © Victor Novaes
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Clique na imagem acima para assistir o vídeo da entrevista completa com Armando Babaioff

Márcia Bechara, enviada especial a Avignon

“Chegar [no Festival de Avignon] com um espetáculo brasileiro com texto desse ‘carpinteiro’, que nem chamo de escritor de tão bem escrito que é esse texto do autor Michel Marc Bouchard, é uma realidade que há muito tempo a gente não vive no Brasil”, diz o ator Armando Babaioff, que protagoniza “Tom na Fazenda” e assina também a tradução do texto para o português.

“A valorização que se tem [na França] pelo artista, pela palavra, pela direção, pela encenação, [isso] para nós é um grande susto. Isso aqui é viver um sonho, estando acordado. Eu não podia imaginar o tamanho desse festival”, diz Babaioff, cujo patrocínio do Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte para o espetáculo foi subitamente cancelado em 2018 sem aviso prévio nem justificativa: “Isso me quebrou, faliu a equipe, deixou todo mundo na mão”, lamenta.

Peça fala do 'medo de assumir quem somos'

“Tom na Fazenda conta a história de um jovem que perde o namorado num acidente de moto, e se vê obrigado a ir a seu velório na fazenda onde nasceu. Lá, ele encontra a mãe do amante morto e entende que ela não faz a menor ideia de que o filho era gay e nem de quem seja aquele homem em pé na cozinha dela”, resume o ator. “É um texto que fala muito de quem nós somos, não apenas de sexualidade. Fala de nossos medos, covardias, e da dificuldade que temos de assumir quem somos”, contextualiza Babaioff.

“Há dez anos eu tenho o sonho de vir para Avignon, e dessa vez a gente percebeu que tinha nas mãos um espetáculo de qualidade artística, com uma mensagem e um verbo que nós acreditamos, era a oportunidade que a gente tinha de trazer um teatro brasileiro para fora do país”, conta. “Foi uma grata surpresa perceber a leitura do público francês. É curioso, parece que a mesma peça que foi feita no Brasil, ganha aqui outra proporção”, diz.

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