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Na esteira de Krajcberg, exposição de brasileiro em Paris alerta para destruição da natureza

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“Désormais”, ou “De agora em diante”, é o nome da exposição do artista plástico brasileiro Rodrigo Bueno inaugurada nesta quinta-feira (2) no espaço Frans Krajcberg de Paris. Seguindo o legado de Krajcberg, Bueno visa sensibilizar o público para urgência da defesa da natureza.

O artista plástico, Rodrigo Bueno, ao lado da imagem que ilustra o convite de "Désormais", sua exposição parisiense.
O artista plástico, Rodrigo Bueno, ao lado da imagem que ilustra o convite de "Désormais", sua exposição parisiense. © RFI / Divulgação
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Rodrigo Bueno nasceu em Campinas, mas instalou há mais de 20 anos seu atelier “Mata Adentro” em São Paulo, onde trabalha e expõe objetos recuperados nas ruas da cidade. “Désormais” é sua primeira exposição individual na França. “É a primeira vez que eu tenho uma individual em um museu, e em um espaço tão especial quanto o do Krajcberg. O seu legado é muito importante. Caiu como um presente”, diz o artista paulista. Frans Krajcberg, artista brasileiro de origem polonesa, que dá nome à galeria parisiense, alertou e denunciou com sua obra, até o fim de sua vida em 2017, a destruição da natureza.

Désormais” é o resultado de uma residência artística que Rodrigo Bueno fez durante um mês na França, primeiro na região da Bourgogne, no La Panza Nature, e depois no histórico ateliê da Cité Falguière, no bairro parisiense de Montparnasse, administrado pela associação Air Arts. A mostra reúne quadros, pinturas e instalações realizadas durante essa residência artística, que também contou com o apoio da Sam Art projects.

Arte e natureza

A exposição se inscreve na continuidade do trabalho que o artista faz no Brasil criando espaços imersivos com resíduos coletados nas ruas da Bourgogne e de Paris. Uma arte engajada que visa, na esteira de Krajcberg, sensibilizar para as questões ambientais.

“Eu vejo a revolta dele, o protesto da destruição da natureza em nosso país e no mundo inteiro, e a chave do meu engajamento tem sido também arte e natureza”, explica.

Bueno escolheu “Désormais” como título para a exposição porque essa palavra em francês “dá uma urgência de movimento, da importância do aqui e agora para a gente tomar uma atitude. Esse 'de agora em diante' tem sido o espírito perfeito para falar dessa necessidade de encarar a natureza dentro de nós, dentro dos espaços, dentro das cidades”.

O artista acha que a identidade brasileira proporciona uma “referência de uma diversidade muito maior na natureza”, mas essa experiência europeia trouxe novas dimensões à sua arte. “Aqui, o encantamento com o entorno me faz perceber que é necessário romper essas fronteiras. Estamos num só planeta. A França com toda a sua ação colonialista tem atuado em todo o planeta e temos aqui a necessidade de falar da descolonização do pensamento, a descolonização das estratégias do bom-viver. Vamos explorar o planeta até quando?”, questiona.

Rodrigo espera com sua arte mostrar o poder da natureza de “questionar a nossa própria atuação de consumo, de relacionamento com os outros”.

A exposição “Désormais” de Rodrigo Bueno pode ser vista até 6 de agosto no espaço Krajcberg de Paris.

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