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Brasileiros apresentam espetáculo de dança em Paris para combater racismo e homofobia

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Os dois são cria do Complexo da Maré e da coreógrafa Lia Rodrigues. Em cartaz no Festival de Outono de Paris, os bailarinos Luyd Carvalho e Marllon Araújo apresentam neste final de semana uma série de três performances em que colocam a identidade de gênero e raça no centro do palco e confrontam as discriminações e a onda de conservadorismo que tem assolado o mundo. 

Os bailarinos e coreógrafos Marllon Araújo (esq.) e Luyd Carvalho  durante a performance "Routes", em cartaz no Festival de Outono de Paris
Os bailarinos e coreógrafos Marllon Araújo (esq.) e Luyd Carvalho durante a performance "Routes", em cartaz no Festival de Outono de Paris © Arquivo pessoal
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Eles fazem parte da "constelação de talentos" que a coreógrafa Lia Rodrigues decidiu reunir na capital francesa para ocupar o espaço concedido pelo Festival de Outono de Paris à homenageada.

Luyd Carvalho e Marllon Araújo passaram por suas mãos na Escola Livre de Dança da Maré, que a expoente da dança contemporânea mantém no Rio de Janeiro. De lá, alçaram voos e hoje estão na mundialmente reconhecida escola de dança P.A.R.T.S, em Bruxelas.

Essa trajetória conjunta, de uma favela do Rio para um local de elite da Europa, e a diferença das experiências individuais foi o eixo temático escolhido pelos dois para a apresentação na capital francesa.

O solo "One for all" (Um por todos, em português), desenvolvido durante a pandemia por Luyd Carvalho, é segundo eles uma reação às manifestações negras do Black Lives Matter, que explodiram após o assassinato de George Floyd por um policial, e ao avanço da onda fascista no Brasil.

"Naquele momento estávamos vendo um movimento que estava indo contra a democracia, contra os instrumentos democráticos no Brasil. Um movimento que ganhou muito poder e que destruiu a cultura no país", explica Carvalho.

Marllon Araújo, em seu solo "Rebirth" (Renascimento, em português), trabalha com a questão identitária, passando pela cultura popular de quem nasceu na Maré aos temas de diversidade de gênero. 

Essas duas experiências se encontram no duo "Routes" (Rotas, em português), conta a dupla.

"É uma relação paradoxa, o Luyd é um homem preto cisgênero, eu sou uma bicha branca não binária, então somos opostos, mas nos encontramos no palco com experiências comuns na nossa trajetória da dança", explica Marllon Araújo.

O espetáculo pretende desvendar as discriminações vividas no mundo, seja o racismo, a homofobia, a transfobia ou a misoginia, resume.

"Rebirth + One for All + Routes" será apresentado nesta sexta-feira (9) e no sábado (10) no Centre National de la Danse, em Pantin.

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