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O Mundo Agora

EUA: diálogo com a China é essencial para reduzir chances de conflito

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Recentemente, as tensões entre os Estados Unidos e a China aumentaram substancialmente. Em resposta, o presidente chinês Xi Jinping deixou claro que a China irá aumentar a sua capacidade de defesa e implementar um sistema de alerta para detectar ameaças militares. O governo chinês vem, ao longo dos últimos meses, buscando modernizar vários armamentos, aumentar a capacidade de produção de navios militares, além de modernizar softwares utilizados em seus aviões de caça.

Representantes da China e dos Estados Unidos durante discussões no fórum de segurança de Shangri-la, evento anual de defesa e segurança da Ásia em Singapura, sábado, 3 de junho de 2023.
Representantes da China e dos Estados Unidos durante discussões no fórum de segurança de Shangri-la, evento anual de defesa e segurança da Ásia em Singapura, sábado, 3 de junho de 2023. AP - Vincent Thian
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Thiago de Aragão, analista político

Estas preocupações ecoaram no fórum de segurança de Shangri-la, em Singapura, onde vários líderes mundiais se reuniram recentemente para discutir essa e outras questões. Em especial, os funcionários dos governos dos Estados Unidos e da China demonstraram esforços para iniciar um diálogo construtivo, a fim de fazer face à sensação de perigo demonstrada por ambas as partes.

Ainda não é claro quais medidas específicas poderão ser tomadas para desanuviar a situação, mas dada a gravidade deste conflito, é promissor que tais discussões estejam sendo realizadas.

As palavras do secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, durante o fórum, de que a recusa da China em iniciar as conversas prejudica os esforços para manter a paz, podem ter sido uma forma de expressar a sua preocupação pela falta de progressos nesta situação.

Infelizmente, a recente passagem de navios americanos e canadenses pelo Estreito de Taiwan, quando um navio de patrulha chinês chegou a apenas 150 metros de um navio americano, com risco de potencial colisão, é um sinal de que estão surgindo novas áreas de contenção e sugere que a situação entre estes dois países pode ainda estar longe de ser resolvida. O governo chinês se mostrou muito desconfortável com os recentes exercícios militares realizados entre EUA e aliados regionais (Japão, Austrália, Filipinas e Indonésia). Além disso, os EUA estão aumentando a capacidade de interoperacionalidade de tecnologias militares americanas e japonesas.

No fórum de segurança de Shangri-La, o ministro da Defesa chinês, Li Shangfu, declarou que a China "reforçaria a sua posição de liderança na região", e deixou claro que não tolerará o trânsito militar americano e de seus aliados em águas no qual os chineses consideram seu território. Naturalmente, os americanos e aliados argumentam que a navegação não cometeu nenhuma ilegalidade, já que as águas eram consideradas internacionais.

Consequentemente, muitos observadores continuam pessimistas quanto à perspectiva de se conseguir um diálogo significativo num futuro próximo. Existem inúmeras arestas entre os dois lados que impossibilitam um diálogo franco entre os dois países.

Tudo leva a crer que as tensões militares entre estas duas potências mundiais não deverão diminuir tão cedo, continuando ambas as partes a preparar-se para um potencial conflito. Como tal, parece claro que é necessário fazer mais para garantir a paz.

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