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Linha Direta

Cúpula da OTAN em Madri deve anunciar resposta mais efetiva à ofensiva russa na Ucrânia

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Cúpula da OTAN se reúne a partir desta terça-feira (28) em Madri, na Espanha. Entre as pautas principais do evento estão a posição da organização diante do conflito entre Rússia e Ucrânia e a adesão da Suécia e da Finlândia à Aliança Atlântica. 

Entre os dias 28 e 30 de junho, Madri acolhe a cúpula da OTAN.
Entre os dias 28 e 30 de junho, Madri acolhe a cúpula da OTAN. REUTERS - NACHO DOCE
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Ana Beatriz Farias, correspondente da RFI em Madri

Quem caminha por Madri nesta terça-feira (28) nota que a cidade está diferente. As mudanças vão desde algumas linhas de transporte público e ruas fechadas, a um intenso policiamento em pontos estratégicos da cidade. De 28 a 30 de junho, o ministério do Interior espanhol mobiliza 6.550 policiais nacionais e 2.400 civis, contando ainda com o apoio de 1.200 agentes da polícia municipal para receber, na capital do país, a reunião da cúpula da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O evento conta com a presença de representantes dos 30 estados-membros da organização e países convidados, totalizando 40 delegações e cerca de 5 mil pessoas.

A Espanha acolhe a cúpula da OTAN em um ano simbólico, já que, em 2022, o país celebra o 40° aniversário de adesão à Aliança, mas, principalmente pelo contexto em que acontece a reunião. Com o conflito entre Rússia e Ucrânia, espera-se que saiam do encontro resoluções diretamente ligadas à guerra.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, declarou no primeiro dia da cúpula que a Ucrânia sofre "uma brutalidade nunca vista na Europa desde a Segunda Guerra Mundial". Por isso, "é muito importante que continuemos dispostos a fornecer ajuda", disse Stoltenberg, assegurando que a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte chegará a um acordo sobre "um novo pacote completo de assistência" à Ucrânia.

O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, que acompanha Stoltenberg, afirmou que pretende transmitir uma mensagem face à guerra na Ucrânia.

O objetivo da cúpula é transmitir "uma mensagem de unidade entre as democracias, que se reúnem para defender a democracia, para defender os valores que nos unem, que são os valores da liberdade, pluralidade política, respeito aos direitos humanos e também da defesa de uma ordem internacional baseada em regras", afirmou o presidente anfitrião.

Compromissos militares

Um dos momentos mais esperados desta terça-feira, é a reunião do chefe de governo espanhol, Pedro Sanchez, com o presidente americano Joe Biden. Este é o primeiro encontro oficial entre os dois líderes. Biden também vai ter uma audiência com o rei da Espanha, Felipe VI, e participará de um jantar oferecido pela monarquia no palácio real. Da Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos já havia sinalizado que os encontros representam a forte relação bilateral que há entre os dois países.

Jake Sulivan, principal conselheiro diplomático e militar do presidente americano, indicou nesta terça-feira, a jornalistas que o acompanhavam a bordo do Air Force One, em direção a Madri, que os Estados Unidos farão "anúncios específicos" sobre "novos compromissos militates em terra, mar e ares a longo prazo", na europa, principalmente no leste do continente. 

As reuniões maiores, envolvendo toda a cúpula, começam a acontecer a partir de quarta-feira (29). No decorrer dos próximos dias, há uma grande possibilidade de que a OTAN anuncie uma ampliação de sua estratégia em relação ao combate à ofensiva russa.

Na agenda oficial, divulgada pela organização, estão temáticas como os prejuízos que a invasão à Ucrânia tem causado à segurança de toda a Europa e a forma como a aliança tem abordado outros desafios, além da guerra, como a crescente influência da China na geopolítica mundial, assim como as consequências das mudanças climáticas para a segurança global.

Ampliação da ofensiva

Doutor em sociologia, Cleyton Monte ressalta que a cúpula da organização se reúne num momento de ampliação da ofensiva russa e que, deste modo, a aliança deve também ampliar sua resposta. “A reunião deve mudar a estratégia da OTAN, reforçar a fronteira oriental dos países do leste europeu, colocar em guarda ativa 300 mil soldados e articular uma resposta. Eu acredito que a pauta, o enfoque, vai ser buscar uma resposta mais efetiva, incluindo o envio de mais armas para a Ucrânia e o reforço das tropas ucranianas”.

O especialista destaca ainda que a nação ucraniana não recebeu, até então, a ajuda esperada dos aliados do ocidente. “No começo da guerra, houve uma série de promessas não concretizadas. Esta é, inclusive, a crítica do presidente Zelensky, que cobra armamento, ajuda humanitária e uma pressão sobre a Rússia que ainda não veio, ainda é muito pouco. Por isso, o conflito se estende”, conclui.

Outro ponto importante do encontro de Madri é a entrada na Aliança de dois vizinhos da Rússia, Suécia e Finlândia, solicitada após a invasão da Ucrânia e que enfrenta oposição da Turquia - que considera os dois países amigos dos separatistas curdos.

"Esperamos avançar na adesão da Finlândia e da Suécia", disse Stoltenberg, que tentará desbloquear a situação no encontro que realizará hoje com os três países mencionados.

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