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Rússia diz ter visado depósito de armas em Kremenchuk; balanço de mortos de incêndio em shopping aumenta para 18

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou nesta terça-feira (28) ter bombardeado um depósito de armas em Kremenchuk, no centro da Ucrânia. Segundo as autoridades russas, foi a explosão das munições que provocou o incêndio que matou ao menos 18 pessoas em um shopping do local na segunda-feira (27). 

Bombeiros trabalham nos escombros de um centro comercial  atingido por um bombardeio russo na segunda-feira (27) em Kremenchuk, no centro da Ucrânia.
Bombeiros trabalham nos escombros de um centro comercial atingido por um bombardeio russo na segunda-feira (27) em Kremenchuk, no centro da Ucrânia. REUTERS - STATE EMERGENCY SERVICE OF UKRAI
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As autoridades ucranianas afirmam que dois mísseis russos atingiram um centro comercial de Kremenchuk, onde havia cerca de mil pessoas. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o local sendo consumido pelas chamas.

Na segunda-feira, Kiev indicou que ao menos 16 pessoas haviam morrido no ataque, mas o balanço foi revisado para 18 mortos nesta manhã. Além disso, 59 pessoas ficaram feridas, das quais 25 foram hospitalizadas.

"Em Kremenchuk, as forças russas atacaram um depósito de armas e munições enviadas pelos Estados Unidos e a Europa", afirmou o Ministério da Defesa da Rússia em um comunicado divulgado no Telegram. "Após essa operação de alta precisão, armas e munições de fabricação ocidental foram atingidas (...) provocando um incêndio em um centro comercial situado ao lado do depósito", reiterou o documento. 

Na véspera, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, havia declarado que cerca de mil pessoas estavam dentro do shopping no momento do bombardeio. "É um dos atos terroristas mais vergonhosos da história da Europa", denunciou, lembrando que o ataque ocorreu contra um centro comercial comum, onde havia "mulheres, crianças e civis". 

Dmitro Lounine, governador da região de Poltava, onde fica Kremenchuk, afirmou que não havia nenhum alvo militar perto do local atacado. "É um ato de terrorismo contra civis", afirmou no Telegram. No entanto, o comunicado o Ministério da Defesa da Rússia aponta que o local "não estava aberto". 

Reunidos no sul da Alemanha para uma cúpula do G7, dirigentes condenaram o bombardeio na segunda-feira. "Os ataques indiscriminados contra civis inocentes constituem um crime de guerra", indicaram os líderes em comunicado, que "condena de forma solene o ataque abominável" e assegura que o presidente russo, Vladimir Putin, terá que "prestar contas".

Coluna de fumaça preta

Nas redes sociais, cidadãos ucranianos divulgaram imagens do incêndio no shopping, consumido por chamas imensas e uma espessa nuvem de fumaça. Um fotógrafo da agência Reuters que trabalhava no local declarou que a estrutura do centro comercial foi completamente carbonizada e o teto do local desmoronou. Bombeiros e militares vasculharam os escombros do local durante toda a noite para tentar encontrar sobreviventes. 

Um conselheiro do Ministério do Interior da Ucrânia, Vadim Denissenko, enumerou os possíveis objetivos da Rússia com o bombardeio. "O primeiro, sem dúvida nenhuma, é semear o pânico. O segundo é destruir nossas infraestruturas e o terceiro é aumentar a pressão para convencer o Ocidente a se sentar novamente na mesa das negociações", declarou. 

No Twitter, o embaixador da Rússia na ONU, Dmitri Polianski, afirmou que o ataque foi uma "provocação ucraniana". "É exatamente isso que o regime de Kiev precisa para manter a atenção sobre a Ucrânia antes da cúpula da Otan", publicou, em referência ao encontro da Aliança Atlântica que tem início nesta terça-feira em Madri.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, declarou na segunda-feira que a cúpula deve resultar no anúncio de uma nova ajuda à Kiev na área das comunicações, sistemas antidrones e combustíveis. 

"Precisamos de mais armas para defender o nosso povo, precisamos de sistemas antimísseis", reforçou Andriy Yermak, chefe do gabinete presidencial ucraniano. 

(Com informações da Reuters e da AFP

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