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Esporte em foco

Retrospectiva esportiva 2020: pandemia, recordes, luta antirracista, milagre e morte de um ídolo

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Não foi só a pandemia de Covid-19, que adiou ou cancelou eventos esportivos em todo o mundo, que marcou esse ano atípico. Em 2020, façanhas esportivas, com vários recordes, a luta antirracista no esporte, um milagre e a morte de um ídolo também vão entrar para a história.

Arquibancadas vazias foram uma das marcas deste ano de 2020. Os campeonatos europeus de futebol foram retomados no primeiro semestre, após três meses de paralisação devido à pandemida de Covid-19, mas sem público.
Arquibancadas vazias foram uma das marcas deste ano de 2020. Os campeonatos europeus de futebol foram retomados no primeiro semestre, após três meses de paralisação devido à pandemida de Covid-19, mas sem público. AFP/Archives
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O aberto da Austrália, o primeiro Grand Slam do ano, foi o único grande torneio de tênis realizado normalmente em 2020. Depois da declaração da pandemia, em março, quase todos os eventos foram adiados e Wimbledon foi cancelado pela primeira vez em 70 anos.

Roland Garros acabou acontecendo em outubro, com cinco meses de atraso, e quase sem público. O espanhol Rafael Nadal confirmou o título de rei do saibro parisiense. Ele conquistou o troféu francês pela 13ª vez, somou 20 Grand Slams na carreira e igualou o recorde do suíço Roger Federer. Mas para o espanhol faltou clima de festa nesta edição 2020 de Roland Garros:

“O que faz mais falta é o clima de alegria. É o que gostamos, não só no tênis como na vida em geral. E na final não teremos este ano o clima de festa, com o público. Espero que possamos voltar a desfrutar disso rapidamente, mas parece que não é o que a situação indica, por enquanto”, declarou o Rafael Nadal em entrevista à RFI durante o torneio.

Rafael Nadal comemora a conquista da taça de Roland Garros contra Novak Djokovic, em 11 de outubro de 2020, em París.
Rafael Nadal comemora a conquista da taça de Roland Garros contra Novak Djokovic, em 11 de outubro de 2020, em París. AFP

Recorde também na Fórmula 1 com as 95 vitórias de Lewis Hamilton, que superou este ano a marca detida por Michael Schumacher. O piloto britânico também conquistou seu sétimo título mundial, igualando a marca de Schumacher. Essa temporada de Fórmula 1 também será lembrada por um milagre, o do piloto francês Romain Grosjean que saiu quase ileso de um terrível acidente no Grande Prêmio de Bahrein em novembro:

“Não sei se posso falar em milagre, simplesmente não era a minha hora. Vi a morte chegar. Nunca tinha visto um acidente impressionante como este, nem mesmo em Hollywood, declarou o piloto francês à TV TF1.

O carro do piloto francês Romain Grosjean em chamas após o terrível acidente na primeira volta do Grande Prêmio de Fórmula 1 de Bahreïn, em 29 de novembro 2020.
O carro do piloto francês Romain Grosjean em chamas após o terrível acidente na primeira volta do Grande Prêmio de Fórmula 1 de Bahreïn, em 29 de novembro 2020. Bryn Lennon POOL/AFP

Maya Gabeira surfa maior onda do ano

Façanha esportiva e feminina no surfe. A brasileira Maya Gabeira não só bateu o próprio recorde na categoria feminina como surfou a maior onda de toda a temporada entre homens e mulheres: 22,4 metros, em fevereiro, em Nazaré, Portugal. O recorde foi confirmado pela Liga Mundial de Surfe em setembro.

“É uma conquista, é algo até quase inesperado para mim. Na verdade, não era um foco meu bater o meu recorde, eu estava muito focada em competir pela primeira vez no masculino e isso foi o que acabou elevando a minha performance. Quando eu vi que tinha surfado a onda e que isso realmente poderia acontecer, eu comecei a entender que eu poderia conquistar mais um grande marco na minha carreira!”, disse a surfista de 33 anos em entrevista à RFI.

Este novo recorde de Maya Gabeira e que está no Guinnes Book foi parar também no célebre jornal norte-americano “The New York Times” em uma reportagem publicada esta semana e que reforça a importância deste feito conquistado pela brasileira.
Este novo recorde de Maya Gabeira e que está no Guinnes Book foi parar também no célebre jornal norte-americano “The New York Times” em uma reportagem publicada esta semana e que reforça a importância deste feito conquistado pela brasileira. WSL via Getty Images - Damien Poullenot

PSG, Neymar e a Liga dos Campeões

O futebol, o esporte mais popular do planeta, parou no primeiro semestre por cerca de três meses em todo o mundo e quando a bola voltou a rolar, foi em estádios com as arquibancadas vazias. O PSG de Neymar conseguiu pela primeira vez chegar à final da Liga dos Campões, mas perdeu para o Bayern de Munique. A atuação do atacante brasileiro entusiasmou os torcedores franceses que mantêm a esperança na conquista do cobiçado troféu europeu.

“Ele fez uma temporada excepcional, não apenas no nível de jogo, mas também em relação à sua atitude. Infelizmente, a final foi complicada. Mas, se na próxima temporada ele igualar esse estado de espírito, com certeza ele vai nos ajudar a ganhar a Liga dos Campeões”, espera o torcedor Oridan Reva.

O clube parisiense também esteve no centro de um protesto histórico. Depois da acusação de racismo envolvendo um juiz assistente contra um integrante da comissão técnica do clube turco, os jogadores do PSG e do Basaksehir Istanbul realizaram uma mobilização inédita. 

Primeiro, interromperam e adiaram por um dia a partida, válida pela fase de grupos da Liga dos Campões. Depois, no início da retomada jogo (vencido por 5 a 1 pelo clube parisiense), ajoelharam no chão e levantaram os punhos em protesto contra o racismo no esporte, em um prolongamento de um fenômeno maior, iniciado após o assassinato de George Floyd nos Estados Unidos e o movimento "Vidas Negras Importam" (Black Lives Matter), que teve o apoio dos atletas do NBA americano.

Protesto antirracista dos jogadores do PSG e do Basaksehir antes da partida disputada no Parque dos Príncipes, em París, em 9 de dezembro de 2020.
Protesto antirracista dos jogadores do PSG e do Basaksehir antes da partida disputada no Parque dos Príncipes, em París, em 9 de dezembro de 2020. FRANCK FIFE AFP

Devido à pandemia, em 2020 não teve o troféu Bola de Ouro, mas a Fifa manteve o prêmio de melhor jogador do mundo que consagrou o polonês Robert Lewandowski, atacante do Bayern de Munique, e a lateral inglesa Lucy Bronze, campeã da Europa pelo Lyon.

Adeus a Maradona

Em 2020, um mundo deu adeus a um jogador genial, Diego Armando Maradona. A morte do eterno craque da seleção argentina, em 25 de novembro, foi um choque. As homenagens que se seguiram foram à altura do legado deixado pelo atacante, que encantou o mundo do futebol com seu talento.

Para Fernando Segura Trejo, sociólogo de esportes e estudioso da carreira do jogador argentino, não há dúvidas, Maradona foi muito mais que um jogador.

“É um mito humano, com seus defeitos, virtudes, sorrisos e quedas, com essa capacidade para levantar-se e arrebentar-se. Certamente não é um diabo. Mas um deus para muitas pessoas. Acho que a melhor definição é a de um mito. Até pouco tempo, era um mito vivo, e agora que já está mais neste mundo, passa a ser um mito como conhecemos. E cada vez mais sua lenda vai crescer com o tempo e tudo o que fez em uma vida de 60 anos", ressalta o sociólogo.

Um torcedor e a filha choram a morte de Diego Maradona em Buenos Aires, em 25 de novembro de 2020.
Um torcedor e a filha choram a morte de Diego Maradona em Buenos Aires, em 25 de novembro de 2020. RONALDO SCHEMIDT AFP/Archivos

Jogos Olímpicos de Tóquio

Pela primeira vez em 70 anos, os Jogos Olímpicos foram adiados. As Olimpíadas de Tóquio acontecerão em 2021, de 23 de julho a 8 de agosto, com um ano de atraso. O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, pede que os atletas continuem mobilizados.

"Preparem-se para estes Jogos Olímpicos e continuem treinando com afinco, apesar das condições difíceis que um grande número de atletas atravessa atualmente. Mas acho que vale a pena. Me alegro em reencontrar vocês nas Olimpíadas de Tóquio 2020 + 1" aconselha Bach.

O COI garante que os Jogos Olímpicos de Tóquio acontecerão no próximo ano, independentemente da situação da pandemia. A contagem regressiva já começou.

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