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Brasil-Mundo

Em Portugal, jovem artista brasileira faz sua primeira exposição individual

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“Entre 4 paredes” é o título da primeira exposição individual de Antonia Figueiredo, que há três anos trocou a cidade de São Paulo por Lisboa. A mostra, que reúne 13 pinturas, fica em cartaz no Espaço Talante, na Lx Factory, em Lisboa, até a próxima quarta-feira (16). 

“Entre 4 paredes” é o título da primeira exposição individual de Antonia Figueiredo.
“Entre 4 paredes” é o título da primeira exposição individual de Antonia Figueiredo. © arquivo pessoal
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Fábia Belém, correspondente da RFI em Portugal    

Nas 13 telas da exposição “Entre 4 paredes”, Antonia Figueiredo faz uma reflexão “do meu interior, de como eu vejo o mundo”, revela a artista de apenas 25 anos. Ela explica que quando decidiu pintar, experimentou uma sensação de liberdade e de mais conforto no processo de criação. 

“Eu me dei a oportunidade de pintar o que eu conheço, o que já é meu: os meus vasos, o meu quadro, o meu cachorro, a minha casa, as minhas quatro paredes”, diz a artista.

Por meio da exposição, ela convida o visitante a entrar na sua casa, sem se importar com julgamentos, com o que o observador vai achar, “e eu não quero convidar você para minha casa e ficar pensando que você vai achar que a minha casa é ruim ou feia ou não é da sua estética”, completa. “Eu queria tirar esse tabú, essa questão da minha frente”, diz com firmeza. 

Uma das obras da artista brasileira Antonia Figueiredo.
Uma das obras da artista brasileira Antonia Figueiredo. © divulgação

Pintar sem criar expectativas 

Antonia mudou-se para Portugal em 2019. No ano seguinte, decidiu viver na Estônia, onde ficou apenas um ano. Foi quando começou a se dedicar à pintura. “Eu me encontrei no meu apartamento vazio [mas] cheio de tela e tinta que eu nunca pintei. Então, eu peguei todas aquelas tintas e comecei a pintar”. Pintar sem criar expectativas, salienta: “E eu acho que era esse o meu grande problema: eu tinha muita expectativa na hora de criar arte, pintura. Eu [pensava que] tinha de ser artista, eu tinha de ter uma mensagem. E eu entendi que o criar é a minha mensagem, o ato de [criar] pode ser suficiente”, observa.

Existencialismo

Antonia Figueiredo logo vendeu as três primeiras telas que produziu. Enquanto pintava a quarta, concluía que nunca havia se sentido tão livre num processo. “Por que que é isso?”, questionou-se à época. “A resposta a que eu cheguei é exatamente essa falta de expectativa. Eu não tenho mais uma expectativa se é bom ou se é ruim. O importante para mim foi criar, colocar para o mundo”.

A jovem artista assume que o existencialismo do filósofo francês Jean-Paul Sartre lhe ajudou “a determinar o que que era meu, quem sou, quem que eu estou mostrando para o outro. A questão do Sartre mais me ajudou a me posicionar no meu relacionamento com a minha arte”, explica.  

Antonia Figueiredo expõe em Portugal.
Antonia Figueiredo expõe em Portugal. © divulgação

Arte digital

Antes da pintura, Antonia Figueiredo já produzia arte no campo digital, trabalhando para revistas como Cosmopolitan, Marie Claire e Glamour. Também criou para campanhas de moda de marcas como a Bulgari e a La Mer. Tem um forte trabalho no Instagram, onde posta as composições artísticas que produz a partir de fotografias. 

“O meu trabalho é uma ilustração em cima de foto. Então, eu pego uma foto de uma artista que eu admiro, qualquer um – de Frida Kahlo a Drew Barrymore ou a um cantor ou a um diretor ou a de um estilista, jornalista, e eu ilustro em cima disso. Eu pinto essas fotos e posto”. 

A arte digital de Antonia já chamou a atenção de celebridades internacionais, como Drew Barrymore e a Brooke Shields. As composições que a brasileira fez utilizando as fotografias de ambas foram tão compartilhadas na rede social, que chegaram até às atrizes  “Elas gostaram e me chamaram para trabalhar, e tudo pelo Instagram”, conta Antonia. 

Ilustração em cima da foto da atriz Drew Barrymore.
Ilustração em cima da foto da atriz Drew Barrymore. © divulgação

“O meu trabalho com a Brook Shields foi para a marca que ela tem de bem-estar, e com a Drew Barrymore eu fiz grandes trabalhos, eu fiz editorais para a revista dela, campanha de coleção dos óculos, de cabelo, maquiagem, tudo isso”.

O talento da jovem artista brasileira também estampa a capa do álbum “Alice 10 anos ao vivo”, no qual a cantora Alice Caymmi celebra uma década de carreira. “Ficou um trabalho que eu me orgulho muito. Acho que está super bonito”.

Para Antonia Figueiredo, a arte digital e a pintura se complementam. Ela garante que vai continuar firme nos dois campos, e sobre o que virá pela frente entre telas, tinta e pincéis, ela avisa: “Esse é só o começo, essa é minha primeira [exposição], e a intenção é, realmente, seguir nessa e abrir as ‘quatro paredes’ para o mundo”, pontua.

Capa do álbum de Alice Caymmi feita por Antonia Figueiredo.
Capa do álbum de Alice Caymmi feita por Antonia Figueiredo. © divulgação

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