Coral de mulheres “Manga Rosa” completa 18 anos divulgando música brasileira na Suíça
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Um coral formado por mulheres brasileiras que moram na Suíça está prestes a fazer aniversário. Em 2022, o “Manga Rosa” chega à maioridade: completa 18 anos cantando música brasileira de todos os estilos em apresentações realizadas na parte francesa do país.
Valéria Maniero, correspondente da RFI na Suíça
“Nosso repertório é bastante variado, tem Chico Buarque, Milton Nascimento, Tom Jobim, João Bosco, Caetano Veloso, Djavan, Noel Rosa, Adoniran Barbosa, Pixinguinha, Luiz Gonzaga”, explica a regente Vandete do Carmo, de 56 anos.
Entre as preferidas, ela cita a música “Carinhoso”, “um clássico da música popular brasileira”, e outras que não saem da “playlist” dela. “Como samba, nós cantamos ‘Trem das Onze’; cantamos ‘Romaria’, ‘O Cio da Terra’, ‘Calix Bento’; enfim, todos os estilos”, revela a regente.
Mulher brasileira em primeiro lugar
Mulheres vindas de todas as regiões do Brasil fazem parte do grupo, que tem a mineira Vandete como regente. Há 33 anos, ela chegou à Suíça para estudar canto lírico nos conservatórios de Lausanne e de La Côte. Vandete, que já havia cantado em Belo Horizonte e tinha formação de violão clássico, contou à RFI que o coral foi criado em março de 2004 como uma associação sem fins lucrativos.
“O grupo é composto 99% por mulheres brasileiras. Somos 14 brasileiras vindas de diferentes regiões do país (Bahia, Minas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Ceará, Pernambuco e São Paulo). E nós temos no grupo uma francesa, que é apaixonada pela nossa música e está aprendendo português, mas já canta praticamente sem sotaque”.
Segundo a regente, o grupo se apresenta em eventos culturais e festas privadas. Já cantou também em festivais e exposições e, uma vez por ano, organiza um lanche, um “brunch musical, “em que cada corista prepara uma especialidade da culinária brasileira e o ambiente é muito descontraído”.
Mas por que o nome do coral é Manga Rosa? Vandete explica:
“Nós escolhemos esse nome porque a manga é uma fruta muito apreciada pelos brasileiros e eu penso que esse nome soa bastante exótico para os europeus”.
Muito além do samba e da bossa nova
Para Vandete, o “Manga Rosa” representa “a possibilidade de manter contato com a comunidade brasileira da região” e com a cultura brasileira.
“Tem o ato social também, poder falar português com as coristas, trocar receitas de cozinha, falar das coisas que estão acontecendo no Brasil. É também uma maneira de mostrar aos europeus não só a beleza, mas a diversidade da nossa música, que não tem só samba e bossa nova, mas tem frevo, forró, chorinho. É uma música muito rica”, explica ela.
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