O original rock cabila do quarteto franco-argelino Tiwiza

Baseado em Toulouse, no sudoeste da França, o grupo franco-argelino Tiwiza propõe uma mistura de rock, chaabi e blues. As músicas, todas cantadas em cabila, conferem ainda mais energia e originalidade ao quarteto que lançou seu primeiro álbum, "Amenzu", em maio deste ano. 

O grupo Tiwiza lançou seu primeiro álbum, "Amenzu", em maio deste ano. © Cédrick Not

No dialeto berbere, Tiwiza significa solidariedade. A ideia do nome partiu do vocalista da banda, Sofiane Aït Belaïd, originário da região da Cabília, no norte da Argélia. Em entrevista à RFI, ele contou que começou a se interessar por música ao se mudar com a família à França, fugindo do terrorismo islâmico no país nos anos 1990. Daquela época, o cantor lembra da forte comoção com o assassinato do cantor argelino Matoub Lounès, que virou uma fonte de inspiração para o jovem.

Fundada em 2013, Tiwiza teve diferentes formações e atualmente conta com quatro integrantes. Além da guitarra, baixo e bateria, a banda também investe em instrumentos folclóricos, como o mandola. A relação do grupo com a cultura do norte da África, aliás, é marcante, bem como as influências de grandes clássicos do rock, como os britânicos do The Clash, e ícones do r&b, como Steve Wonder. 

Já as letras, cantadas em cabila, língua falada pela etnia berbere, tratam de questões sociais e políticas do continente africano, como imigração, racismo, a condição das mulheres e incidentes recentes, como os imensos incêndios florestais na Cabília em 2021, que geraram uma forte comoção na Argélia. A tragédia é tema da faixa "At U Azeka", escolhida pela programação musical da RFI e para essa edição do Balada Musical. Para conferir, aumente o som!

Ouça o podcast clicando no player acima ou acesse-o no Spotify ou no Deezer.