Acessar o conteúdo principal
A Semana na Imprensa

Novo plano da União Europeia para conter crise migratória não trará resultados, diz especialista

Publicado em:

A crise migratória na Europa ganhou destaque nas revistas semanais francesas. Especialista entrevistado pela revista L’Express avalia que o novo plano de emergência da União Europeia não deve ter resultados.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen (esquerda), a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni visitam a ilha de Lampedusa, no sul da Itália, no sábado 17 de setembro de 2023.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen (esquerda), a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni visitam a ilha de Lampedusa, no sul da Itália, no sábado 17 de setembro de 2023. AP - Cecilia Fabiano
Publicidade

A L'Express desta semana destaca a crise migratória que atravessa a União Europeia. Mais de 10 mil imigrantes chegaram à ilha de Lampedusa, no sul da Itália, na semana passada – um número recorde.

A Comissão Europeia tenta melhorar a coordenação entre os Estados-membros sobre a imigração com um plano de emergência que consiste em 10 propostas, entre elas um maior controle da polícia de imigração europeia, a Frontex, mais facilidade nos processos de expulsões, prevenção de chegadas em massa e um mecanismo de distribuição de requerentes de asilo entre os países, baseado no voluntariado.

De acordo com Matthieu Tardis, diretor do centro de pesquisas Synergies Migrations, entrevistado pela L’Express, a proposta dá a impressão de que a única via para tratar a questão são as políticas restritivas, que costumam vir associadas a violações de direitos humanos.

Para ele, os políticos apenas dizem o que a população quer ouvir, o que resulta em maio credibilidade aos partidos populistas e de extrema direita, defensores de mais restrições na imigração. "Mas uma taxa zero de imigração é uma utopia", disse o especialista.

Pressão política

L'Express também diz que Giorgia Meloni, a presidente do Conselho italiano, usa a crise para fazer reivindicações políticas à Europa, acusando os países vizinhos de falta de solidariedade com os refugiados.

Um dos principais alvos das críticas de Meloni é a Alemanha, que havia decidido, dias antes do começo da crise, suspender o acolhimento voluntário de demandantes de asilo, um programa destinado a dividir entre os membros do bloco os migrantes recém-chegados na Europa.

L'Express lembra que a Alemanha já acolheu 1,7 mil migrantes dos 3,5 mil que ela tinha se comprometido a receber. A revista destaca que o país suspendeu o acolhimento exatamente para denunciar a atitude da Itália, que não respeitaria seus próprios compromissos.

De acordo com a revista L'Obs, nas últimas semanas a primeira-ministra italiana tem evitado o assunto imigração. Segundo a semanal, seria difícil explicar para seu eleitorado, a apenas alguns dias do primeiro aniversário de sua eleição, em 25 de setembro, que mais de 100 mil imigrantes desembarcaram nas costas italianas somente este ano.

Além disso, Meloni aumentou o número de vistos de trabalho que serão concedidos nos próximos três anos e pediu ajuda de ONGs de salvamento – chamadas de “criminosas” no passado pela extrema direita –, após a morte de 2,1 mil migrantes no mar tentando chegar à Itália. 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Veja outros episódios
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.